quarta-feira, 27 de maio de 2009

http://rabiscosdiversos.blogspot.com/

segunda-feira, 18 de maio de 2009

POEMA

MEMÓRIAS DE UM CABARÉ
(JOSESSANDRO ANDRADE)

AQUELA CASA
JÁ FOI CASA CHEIA

JÁ FOIA CASA DE MÃE JOANA
JÁ FOI A CASA DE NOCA
JÁ FOI A CASA DE IRENE
JÁ FOI A CASA DOS MEUS SONHOS

HOJE
A SOLIDÃO BATEUÁA SUA PORTA
FEZ DE LÁ O SEU NINHO
E OS CONVITES BOIAM
COMO PEIXES DESFALECIDOS
NUM RIO SEM VIDA

ANIVERSÁRIO DA CIDADE - SERTÂNIA NA VOZ DE SEUS POETAS

Dia 24 de maio é o aniversário de Sertânia. DIA 22, SEXTA-FEIRA, na rádio SertÂnia FM, estaremos no programa Fala Sertãnia, Fazendo um programa especial com os membros da SAPECAS; Poesia e música em homenagem a Sertânia, a partir das 11:20, na frequência 100.1

Pela tarde, estremos no auditório Waldemar Cordeiro, na ecsola Olavo Bilac, fazendo parte da programação com outros artistas.

Vamos dar aqui em nosso blog , uma canja do que veremos por lá:


Homenagem á sertânia
Luiz wilson

Sertânia, minha cidade
prá mim não há outra igual
Um dia deixei o sítio
Prá cursar o ginasial
Mesmo vivendo distante
Eu me lembro a todo instante
Do ginásio industrial

A minha cidade é grande...
Rua velha ...pedra grande...
A sua vista se avista
Do altodo gogó da gata
Eu não esqueço o parquinho,
A bodega de toinho,
A feira de passarinho,
A lembrança me maltrata...

Sertãnia eu nãote esqueço!
Sei que ainda sou teu filho
Sonhoviver no teu brilho
Será que ainda mereço?
Te deixei ,mas não foi por ingratidão
Confessote guardei no coração,
Sertânia ,és o meu berço!!!

Mercado municipal,
Farinha branca, amarela,
Bolacha seca e canela,
Pão doce, aguado e criolo
O doce que era o tijolo
E a nossa feira singela
cada vez que lembro dela
Me emociono demais...
Assim recordo os meus pais...
A minha cidade é bela!

Te escrever nestes versos
Me realiza eu confesso,
Pois sonho com teu progresso,
Mesmo não vivendo aí
Eu te acompanho daqui
E vou voltar no futuro
Em ti me sinto seguro
Pois foi aí que nasci!

*Luiz wilson- é cantor , compositor , poeta e produtor cultural em são paulo-sp.filho de juca leite e d. Elvira vasconcelos(sítio recanto), tem vários cd`s gravados e diversos cordéis publicados
.

.
Sertânia
(Josimar Matos)


Calma, silenciosa e nua,
Eis que desperta reluzente
no seio do moxotó.
Teus encantos contagiam:
O teu sol, o ar ,o rio
Que antes em pleno cio
Murmurava
Tornando belo
Da rua santa rita
Até a prainha.
Imorredoura lembrança dum passado.
Sertânia centenária
Cheia de encantos sutis
Onde mergulho em recordações
Desfazendo sons ecoantes
E, sentindo o gozo da poesia
Que habita tuas entranhas,
anciã adormecida!


Josimar Lira Matos- é compositor,poeta e artista plástico.filho de Expedito Lira matos e d. Maria do disco, é funcionário dos correios.

Sertânia, meu amor
(Carlos Celso)

Me fui mas aqui deixei meu ser,
Minha matéria que vagueia as voltas
Quer liberdade quer viver as soltas
Eu quero omeu direito de viver.

Então se amo ati ,por que negar?
O amor élindo e tão sublime,
Prá mim isto seria como um crime
Não ter amor por ti que é meu lugar

Esta paixão que me bagunça o peito
Me faz sentir por ti todo respeito
E defender-te onde quer que esteja

Minha sertânia tão sofrida e forte
Quero beijar-te quando um dia a morte
Vir impedir esta paixão soberba...


Carlos Celso* funcionário aposentado do d.e.r., foi presidente do centro cívico abílio monteiro, na escola olavo bilac, em 1974. É poeta e compositor.

Poema sertaniense
ou nas ruas da velha cidade

(Luiz Carlos Monteiro)

Nas ruas da velha cidade
Batidas de sino vibrando
Vai lentamente o cortejo
Silencioso avançando

-procissão, missa ou enterro?
Os sem- aviso sondando
Se procissão-muito bem
Se funeral- isso é mau

rua velha
Velha igreja
Última benção
final

*Luiz Carlos Monteiro é poeta, crítico literário e professor.filho de Expedito(nô) e d. Cícera professora . Escreve na revista continente multicultural, entre outras.tem vários Livros publicados.



SERTANIA-MÃE DA CULTURA
(GENIVAL PEREIRA -GATO NOVO)

Seja bem vindo a Sertânia
Nossa querida cidade
Sinta a brisa da poesia
Colha mais felicidade
Chegando sinta alegria
Saindo sinta saudade

Sertânia terra querida
És a cidade mais linda
Tão linda igual á Olinda
Tu és a mais preferida
Cheia de paz e de vida
És a mais bela e mais pura
Bem pura sem ter mistura
Melhor do que ouro em pó
Capital do Moxotó
Mãe legítima da cultura

Chão de Waldemar Cordeiro
De Ulisses Lins e Walmar
O palco mais popular
Do foclóre brasileiro
Onde Pinto do Monteiro
Nela construiu seu ninho
Gato a o som do pinho
Cantou e foi aplaudido
Sertania berço querido
Do maestro Francisquimho

Ser...tânia

(Zito Jr.)

Do escuro útero do beco ela nasceu
enrolada em trapos e molambos
pegou forte o peito e sorveu
a mais ríspida paisagem dos mocambos

Foi criança que a fome castigou
sem escola com a vida aprendeu
os díficieis momentos superou
entregando -se a quem dizia-se "seu"

Sua pela da brancura de algodão
riqueza e louros eternos
dos poetas e loucos,tentação,
delícia e delírios dos infernos.

Não paristes iguais a outras mães,
mas amamentastes filhos ilegítimos,
que crescidos vorazes, feito cães,
devoram teus segredos, teus abismos

Recebestes entre tuas pernas,
prefeitos ,governadores...
Bebestes juras eternas,
mas falso foram os amores.

Também destes de comer
às classes desfavorecidas,
miseráveis puderam ter
o banquete de suas vidas.

Deram-te belos vestidos
chamaram-te de "rainha",
os desejos travestidos
Panfletram em modinha.

O ouro daquelas manhãs
era lama em tuas noites,
as tuas nádegas pagãs
panfletram em açoites.

Belo sonho espatifado,
uma casa de horrores,
não só um foi o culpado
prá te dar tamanhas dores.

Hoje estás desamparada
feito uma louca indigente,
sem família, sem mais nada,
vives fábula entorpecente.

Forasteiros te adotam
prá ca trazem seus parentes.
Fingem que com ti se importam,
mas te deixam cair os dentes.

Crescem eles, não você
que ao passado se prende.
Acostumada a vencer,
tua desgraça se rende.

No momento, pobre anciã,
olhas da janela, a rua.
Maqueias tua face
com a lã da vaidade ainda nua.

Teus claros olhos cansados,
mendigam por gratidão,
estranhos vultos achados
no meio da escuridão

Teu beco mais anônimo,
ganhou iluminação,
placa de rua,sinônimo,
após pavimentação.

Também dispensas o ofício,
trazes na recordação,
o teu auge, o teu vício,
lembranças da profissão.

Tua casa iluminada,
ganha ares mais decentes,
belas putas nas fachadas,
arapucas pros clientes.

Assim vives, velha Tânia,
trancando na carne o gozo,
teus segredos à cidade,
banquete mais perigoso.

*Zito jr.-filho do comerciante de queijos Zito siqueira, repentista e poeta popular e da bordadeira Naíde sousa,( da família Muniz), é professor da rede estadual e municipal, em Sumé-PB.Poeta, fundador do movimento-jornal de poesias "Cabeça de Rato" (Sertãnia-PE), artista plástico,cenógrafo e autor teatral,tendo obtido vários prêmios , entre os quais "prêmio funarte (fundação nacional de arte-ministério da cultura) teatro para infãncia e juventude", com a peça "a mosca , o diabo e o padeiro. Recentemente foi selecionado para projeto de cinema do MINC-MINISTÉRIO DA CULTURA e realizou o curta metragem
"CAPA DE CHUVA", QUE SERÁ EXIBIDO NA TV CULTURA , DOMINGO, 24 DE MAIOS , ÁS 14 30.

SERTÃNIA... QUE FOI ALAGOA DE BAIXO

(BARTOLOMEU BRASILANO)

SERTÃNIA CANTA UM MOTE SÓ:
JÁ FOI, JÁ TEVE,HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE CASA DO MENOR, HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE ALGODOEEIRAS, HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE FESTA DE RUA HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE JÁ TEVE CINEMA HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE PRAÇAS COM CORETOS HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE AGENCIA DO IPSEP HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE JÁ TEVE ESCRITORIO DA CELPE HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE TREM DE FERRO HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE ESTAÇÃO DE TREM DE FERRO HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE PALAMA FORRAGEIRA HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ FOI O CARRO –CHEFE DO MOXOTÓ, HOJE NÃO É MAIS
JÁ TEVE SEUS NOTÁVEIS HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE JUIZ NA COMAR CA HOJE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE CADEIA NA CIDADE HOJE NÃO TEM MAIS
DANOU-SE ...SERTÃNIA PRÁ ONDE VAI?
É TANTA COISA QUE JÁ TEVE
COISA QUE NÃO TEM MAIS
JÁ TEVE ...TEVE...UAI
POIS, NÃO TERÁ MAIS!
ESTÁ FALTANDO HONESTIDADE
- A COISA QUE FALTA MAIS!
TRISTE SINA, SÓ PRÁ BAIXO, SÓ PRÁ TRÁS
DE QUEM É A CULPA,
DO HOMEM OU DO TEMPO?
DO HOMEM , SIM
DO TEMPO, JAMAIS!
O TEMPO É O ESPAÇO E MEDIDA
QUE MEDE O QUE O HOMEM FAZ
ESSE TEMA É MUITO RUIM:
JÁ TEVE, NÃO TEM MAIS ...
...JÁ FOI NÃO É MAIS..
...FOI MOÇO NÃO É MAIS...
...ESTÁ VELHO DEMAIS..
E O NOME DO HOMEM:
TU ME DARÁS?

* Bartolomeu Brasiliano é advogado e poeta


Sertânia -mãe da cultura

(cordel coletivo da sapecas-sociedade dos poetas,escritores,compositores e artistas de sertãnia)

Chão de Waldemar Cordeiro

de Ulysses Lins e Walmar

o palco mais popular

do folclore brasileiro

onde Pinto do Monteiro

aqui construiu seu ninho

Gato velho ao som do pinho

cantou e foi aplaudido

Sertânia,berço querido

do maestro Francisquinho

(Genival Pereira-Gato Novo)

Jardim de flores culturais

que o talento cultivô

cavaquinho caranavalesco

do mestre Luiz Pintô

parte da sua história

Fernando Patriota contô

Zé Batista no repente

em versos e prosas decantô

Sertânia das exposições

que o tempo consagrô

(Gabriel Oscar)

Sertânia do casario

mesmo com as sepulturas

poetas ? Tens em fartura

fertilidade no cio

tua arte é como um rio

passa num canto de Zeto

ferve um frevo de Anacleto

mas, este mote eu copio:

prá mim o maior desafio

fazer tal sonho concreto

(Ricardo Mariano)

Coisa linda é escrita

de esculturas alongadas

de rebeldia em vanguarda

boemia que se agita

terra de mulher bonita

no cine emoir,lembrança

dum América que dança

com uma orquestra esquecida

e tua memória perdida

o futuro não alcança

(Josessandro Andrade)

*Genival Pereira (Gato Novo)é repentista ,cordelista e compositor.*Gabriel Oscar é servidor municipal,poeta e compositor. *Ricardo Mariano é coordenador do laboratório de informática na Escola etelvino Lins. É poeta.* Josessandro Andrade é professor, Poeta, autor teatral , compositor e cordelista.



TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

- A PETRONEO LAET

JOSESSANDRO ANDRADE

CONTADOR QUE FAZ MANSÃO
SOMENTE COM ESCRITÓRIO
MÉDICO SEM CONSULTÓRIO
COMPRANDO ATÉ UM CARRÃO
UMA CORJA DE BABÃO
DO PODER LAMBE A FERIDA
UMA IGREJA QUE É VENDIDA
ONDE REINA A FALSIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

UM PROMOTOR DE DEFESA
UM JUIZ QUE É BOLINHA
DUM RICO QUE APADRINHA
MÃE DE FAMÍLIA QUE É PRESA
POR SER POBRE COM CERTEZA
EM INFERNO VIRA A VIDA
DE CRIANÇA DESNUTRIDA
NUMA TRISTE REALIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

UM FALSO MÉDICO ATENDENDO
DOENTES NO HOSPITAL
E NA MAIOR CARA DE PAU
UM PREFEITO LHE DEFENDENDO
MAS O POVO VAI SOFRENDO
NUMA FILA TÃO CUMPRIDA
E UMA QUADRILHA BANDIDA
AFRONTA A COMUNIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

A POBRE PONTA DE RUA
É LOGO DISCRIMINADA
ROTULAM DE AMUNDIÇADA
NA HIPOCRISIA MAIS CRUA
MAS PARA A ELITE SUA
NA MESA PROSTITUÍDA
MULHER CASADA É COMIDA
PRÁ ALTA SOCIEDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

GENTE QUE ATÉ A MÃE MATA
SE FOR POR CHICLETE USADO
O CARATER NEGOCIADO
MESMO COM QUEM LHE MALTRATA
SEM CUMPRIR NADA QUE TRATA
COM SUA MORAL VENCIDA
INDA QUER FALAR DA VIDA
DE QUEM TEM DIGNIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

FALTA VERGONHA NA CARA
DE CERTA GENTE ENVOLVENTE
DE POBRE RICA E INDECENTE
UMA MANCHA QUE NÃO SARA
SUA VIRTUDE É TÃO RARA
QUANTO NO DESERTO A VIDA
ESPERANÇA DESVALIDA
SECANDO A FERTILIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA

HÁ QUEM NÃO TEM AMIZADE
MAS INTERESSES APENAS
E SUAS MESQUINHAS PENAS
SÃO DE UM ABUTRE COVARDE
ASAS SUJAS DA MALDADE
GARRAS NEGRAS E CRUÉIS
TRAIÇOEIRAS E INFIÉIS
BICO PODRE DE VERDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA


SEMPRE UMA SÓ FAMÍLIA
OCUPANDO O PODER
SÓ A ELA DEVE CABER
ESSA TRISTE MONARQUIA
SE TRANSFORMA EM DINASTIA
DEPOIS FICA PERVERTIDA
QUANDO A ELEIÇÃO TÁ PERDIDA
GANHA A IMORALIDADE
TEM COISA EM MINHA CIDADE
QUE ATÉ O DIABO DUVIDA


SERTÃNIA DE ONTEM E DE HOJE
(JOSESSANDRO ANDRADE)

PRINCESA DO MOXOTÓ
TERRA DE MULHER BONITA
A CAPITAL DO CAPRINO
ES UM BERÇO DE ARTISTA
COM TODOS ESTES ENCANTOS
NÃO HÁ QUEM A TI RESISTA

MAS, BASTA A GENTE LANÇAR
UM OLHAR SOBRE A CIDADE
OS JOVENS SEM EXPECCATIVA
NÃO SE TEM UMA FACULDADE
O EMPREGO EO LAZER
SÃO APENAS NULIDADES

TEU COMERCIO EM MARASMO
SE ACABA EM TORMENTO
JÁ SEM VIDA SOCIAL
A NOITE SEM MOVIMENTO
PARECE QUE LAMPIÃO
PASSOU NAQUELE MOMENTO

OS TEUS VIZINHOS PROGRIDEM
ARCOVERDE E AFOGADOS
A ESTES E A MONTEIRO
TU NÃO É MAIS COMPARADO
MAS A BETÃNIA E IGUARACY
EIS QUE RESTOU DO REINADO

AH! SERTÃNIA TEU PASSADO
TEU PASSADO É DEMAIS!
QUEM CONECEU TUA HISTÓRIA
NÃO TE RECONHECE MAIS
PARECE QUE TEU PROGRESSO
FICOU SOMENTE PRÁ TRÁS

FÁBRICAS DE CAROÁ
HAVIA EM PINTO RIBEIRO
E LÁ NO ALTO RIO BRANCO
BROTAVA F. PINHEIRO
DEPOIS EM CAROALINA
GERAVA EMPREGO E DINHEIRO

FARDOS BRANCOS E MACIOS
ATAPETAVAM O CHÃO
EMPILHADOS NAS CALÇADAS
POR USINAS DE ALGODÃO
QUE EMBARCAVAM A SEGUIR
NO TREM DE NOSSA ESTAÇÃO

SAMBRA, CLAYTON, BOXWWEEL
INDÚSTRIAS ALGODOEIRAS
QUE POR AQUI SE INSTALARAM
COM A AGUIL PIONEIRA
NINGUÉM CARECIA A VIDA
GANHAR EM TERRA ESTRANGEIRA

CAFÉ PRATA E JURITI
TAMBÉM TINHA DOCES TOURO
NESSE TEMPO O CRESCIMENTO
ERA NOSSO MAIOR TESOURO
E NOSSA GENTE DESWFRUTAVA
DESSES BONS ANOS DE OURO

AMÉRICA ESPORTE CLUBE

NOS SEUS SALÕES BELAS FESTAS

OS FREVOS DE FRANCISQUINHO

MARAJOARA ERA ORQUESTRA

E OS VERSOS DE WALDEMAR

DAVAM MAGIA A SERESTAS

TINHA O HANDEBOL DE ZINA
CINCO VEZES CAMPEÃO
A TELA DO CINE EMOIR
MARCOU MUITA GERAÇÃO
E NA DIFUSORA A MÚSICA
DE NAMORO E UNIÃO

OBRAS DE ETELVINO LINS
TEMOS DUAS SEM IGUAL
A PRIMEIRA INAUGURADA
POR DOUTORES RAUL E BONAL
JUNTO A DOUTOR NATALÍCIO
DAVAM SHOW NO HOSPITAL

SEGUNDA É O COLÉGIO
NOSSO OLAVO ESTADUAL
ONDE PADRE CHRISTIANO
NOSSO NASSAU IMORTAL
FAZIA NO VESTIBIULAR
APROVAÇÃO SER TOTAL

MAS JÁ PRÁ OS QUE QUERIAM
TER UM CURSO PROFISSIONAL
SERRALHWEIRO OU MECÃNICO
GINÁSIO INDUSTRIAL
QUER TINHAM COMO BALUARTES
O SEU VALTER, O SEU VITAL

AH! SERTÃNIA TEU PASSADO
TEU PASSADO É DEMAIS!
QUEM CONHECEU TUA HISTÓRIA
NÃO TE RECONHECE MAIS
PARECE QUE TEU PROGRESSO
FICOU SOMENTE PRÁ TRÁS

HOJE SERTÃNIA QUERIDA
ENTOAS A MARCHA REGRESSO
VIVES O TEU PESADELO
SONHANDO COM TEU PROGRESSO
ESPERANDO QUE UM DIA
TU VOLTES A TER SUCESSO














FILME DE ZITO JR. NA TV CULTURA

ZITO JR. E O CINEASTA, ESCRITOR E COMPOSITOR SERTANIENSE WILSON FREIRE(BIDA)
ZITO JR. E MARIETA SEVERO

ZITO JR. , CIRO GOMES E PATRICIA PILLAR



O Multiartista sertaniense, Zito Nunes, filho do repentista Zito do Queijo, fez um curta-metragem, filmado em Sumé e Serra Branca - Paraíba, e foi premiado pelo Ministério da Cultura.

Este curta, intitulado "Capa de Chuva", não tem diálogo falado, somente um fundo musical (com trilha sonora de um artista de Monteiro-PB). Por não ter diálogo falado, será exibido em vários países dos cinco continentes.


Vale a pena assistir e, quem puder, gravar.Será exibido na TV Futura, no domingo, DIA 24/05,às 14h30. A Reprise é na 3ª feira, DIA 26, às 23h30.



Zito jr. é poeta , teatrólogo , artista plástico, professor e agora cineasta. Sua obra densa e variada



é de uma legitimidade encantadora, Digna daqueles que não pegam carona na história dos outros ,mas constrói com originalidade o seu sucesso , sem render -se as conveniências e sem fazer concessões a quem quer que seja.








domingo, 3 de maio de 2009

ALBERTO OLIVEIRA FALA SOBRE CANTORIA DE VIOLA

PALESTRA SOBRE CANTORIA DE VIOLA
06. 11.2006 – QUINTO COCANE
( Por: Alberto Oliveira)
Sejam Bem Vindos!
Quero agradecer ao amigo Antonio Lisboa pelo convite para este Seminário, dizendo de antemão que o termo pesquisador empregado no Programa, é mais bondade do amigo e irmão, do que predicados desse que vos fala. Um autodidata não pode ser considerado um pesquisador que, exige, no mínimo, formação universitária, condição que não ostento. Sou, isto sim, o mais simples dos agentes que militam na área cultural e guerreiro intransigente contra o lixo cultural que nos avassala, sob o olhar complacente do estado, bancado por empresários imbecis e idiotas e divulgado à mão cheia pela mídia burra, interesseira e sem compromisso, salvo raríssimas exceções.

Quem de vocês ouviu falar

do meu cantar de meu lugar

sob a branca cor luar

sonho inda hoje

com a lua à madrugada

lá no campo, orvalhada,

pelo sol a esperar!

O Poeta Repentista:

Na mente crio as imagens

Arrumo no pensamento

Matuto por um momento

As mais diversas paisagens

E assim nessas viagens

No oficio a trabalhar

O meu verso vou cantar

Com instrumento na mão

Trago o céu boto no chão

Ponho o mundo pra girar!



E assim tem sido por séculos. Partindo dos desertos mouros onde certamente nasceu, o Improviso e o Repente foram chegando às perfumadas ruas e avenidas de São Paulo e Nova York, ou em todo e qualquer vale existente no mundo. Fica claro que defendo o principio da origem árabe-moura para o surgimento da canção alternada.


Uma das expressões mais importantes da oralidade, o Repente e o Improviso não carece de definição acerca de sua origem e nascedouro. Ainda não apareceu estudioso algum - pelo menos desconheço – que tenha definido o lugar onde nasceu o Repente e o Improviso. Alguns situam esse nascimento na Grécia Antiga. Outros citam que seu surgimento se deu com o Trovadorismo Europeu, descendente direto da poesia romana da Antiguidade.
Aí eu pergunto:

DE ONDE VEIO O REPENTE?

De onde veio esse canto?Será ele provençal?Ou será árabe mouro, lá da África ancestral?Na solidão do deserto, do beduíno nasceu?Onde é mesmo sua origem, onde o canto apareceu?Das trovas medievais, esse cantar alternado?Um canto de desafio, esse canto improvisado?Lá dos aedos da Grécia, será ele descendente?Esse canto de improviso, de onde vem o repente?De origem universal, esse modo de cantar?Não se conhece a origem, do canto de improvisar?Ou será que não tem pátria, essa arte milenar?Onde nasceu esse canto?Qual é seu canto e lugar?


Costumo situar o seu nascimento no primeiro aglomerado da humanidade, a partir dos sons coloquiais emitidos pelos primitivos habitantes da terra.
A partir desses colóquios, com o acréscimo mais do que natural do ritmo nessa conversação, nasceu o que seria o embrião do Repente e do Improviso.Esse ritmo empregado na conversação criou as condições essenciais para o canto à capela dos primeiros Improvisadores.
Daí, nada mais natural do que o acréscimo de sons criados a partir de toscos instrumentos que se harmonizavam junto às loas daqueles pioneiros peregrinos do verso.


Definir exatamente onde nasceu o Repente e o Improviso é trabalho que a minha santa ignorância não alcança. Isto é missão para as Universidades, quando elas começarem a focar a Literatura Oral, como reclama o poeta Alberto da Cunha Melo, no seu excelente livro um Certo JÓ Patriota, da coleção Os Silenciados da Uzyna Cultura, editado com o apoio do SINDSEP-PE, Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco, no ano de 2002.


Merece registro que Universidades Americanas (Berkeley, Columbia, Harvard, entre outras), incluíram a Literatura Oral nas suas cátedras, no estudo de idiomas, antropologia, literatura comparada e musica, conforme (mais uma vez) Alberto da Cunha Melo, citando Câmara Cascudo.
Como as elites brasileiras macaqueiam tudo que é criado pelos americanos, pode ser que um dia o exemplo seja aqui seguido.


Exemplos isolados merecem registro. E aqui louvo o Pesquisador José Rabelo que incluiu o Repente e Improviso nas aulas que ministrava na Faculdade da pequenina Arcoverde-Pe, como também o exemplo da Universidade de Campina Grande, acrescentando a Literatura Oral no seu Curso de Letras. Em alguns estados brasileiros, de forma incipiente, o Repente e o Improviso estão chegando ás Escolas. Espera-se que esse bom exemplo alcance todos os Estados Brasileiros.


Num livro que tenho pronto, denominado Cantoria de Viola, escrito em versos, eu reclamo desse descaso para com a Cultura de nosso povo. Advogo a inclusão da Cultura Popular, com ênfase no Repente e Improviso nas salas de aula, com oficinas semanais ministradas pelos Poetas Repentistas, com a justa remuneração pelo seu trabalho, às expensas do estado, aqui compreendido como guardião dos impostos pagos pela Sociedade. Peço também que a classe dos Poetas Repentistas, inicie movimento para o reconhecimento da Cantoria de Viola, como Patrimônio Imaterial do Povo Brasileiro, assunto que já abordei há algum tempo em artigo que escrevi para o Jornal da Besta Fubana.


Esta, a minha visão sobre a Origem do Repente e do Improviso (me perdoem se acrescentei outros assuntos), antes da chegada na Península Ibérica (Sul da França e da Itália, Norte da Espanha e Portugal) com a invasão dos Árabes no Continente Europeu, que durou cerca de 800 anos, entre os séculos VIII e XV (anos 711 a 1492).


Expulsos os árabes do Continente Europeu, várias são as regiões onde os descendentes dos árabes mouros se abrigaram. O Nordeste Brasileiro foi uma delas. Chegaram com as levas dos primeiros colonizadores. Nessa região, inóspita e selvagem à época, a lembrar a Terra Mãe, encontraram o local ideal para a expansão da Manifestação por esse mundo de meu Deus, assunto que passo á minha amiga Maria Alice Amorim – essa sim pesquisadora que admiro e respeito - para continuar esse agradável bate-papo com vocês, pedindo permissão para deixar registrados alguns recados, em versos e em motes.
TUA VIOLA

Alberto Oliveira

Tua viola tem cordas

Tem braço e tem coração

E quando nela tu tocas

Dá pra sentir emoção?

Teu toque tem sentimento

Ou usas só a razão?

Ouvindo o som ofertado

Tu ficas a navegar

tu botas peixes nas árvores

pássaros no fundo do mar

ou apenas nela tocas

pelo prazer de tocar?

Tens muito que aprender

Nessa vida violeira

Tenta o verso impossíveL

Com a fiel companheira

Essa é tua missão

Oficio pra vida inteira!


APRESENTAÇÃO DE VIOLEIROS

Alberto Oliveira

Se alguém disse

que repente é hip - hop

não sabe o que é galope

cantado na beira mar

e nunca ouviu o martelo alagoano

violeiro soberano

no canto de improvisar!



O REPENTE NO TEMPO ESQUECIDO

E OS MITOS TOMANDO O SEU LUGAR!


SOBRA FARSA NO VERSO DECORADO

FALTA LUZ AO SUJEITO ENGANADOR!



Muito obrigado a Todos!
***************************************************************************************************

" Alberto é filho natural de Sertânia "
****************************************************************************************************************************************

* Alberto Oliveira trabalhou no BNB Sertãnia, onde jogou futebol pelo AMÉRICA E. C. Aposentou -se pelo Banco do Nordeste, pós ocupar funções de destaque nesse banco. Ex-vice-presidente da AFASER-associação dos Filhos e Amigos de Sertânia-PE, foi um dos criadores da UZYNA CULTURAL e LIVRARIA EXPRESSA. É poeta e compositor.

ENCONTRO COM GERALDO



Encontrei ,de passagem por Sertãnia, essa semana, Geraldo Canafístula, hoje empresário bem situado com restaurante em João Pessoa. Figura simpática, lembrei que el marcou época em nossa cidade promovendo cantorias de viola com os grandes repentistas nordestinos. No seu RESTAURANTE CANAFÍSTULA, primeiro na vila da COHAB, depois na Ladeira de Francisquinho, trouxe IVANILDO VILA NOVA, GERALDO AMÃNCIO, OLIVEIRA DE PANELAS, SEBASTIÃO DIAS , ROGÉRIO DE MENESES, SEVERINO FERREIRA , SEVERINO FEITOSA,NONATO COSTA, entre tantos outros de renome. Geraldo além de promovente , é admirador , apologista e ouvinte refinado de cantoria, conhecendo os poetas populares no estuilo de cada um , as características peculiares dos mesmos.


Ele e o seu trabalho cultural fazem muita falta em Sertãnia. A sua coragem em investir nesse ramo, o seu empreendedorismo cultural não encontra outro igual nos dias atuais. Pena que teve de procurar espaço em outras terras. FAZ falta! Parce que as cidades do interior, como a nossa, ainda não se deram conta do talento e da importãncia dos filhos da terra e se dão ao luxo de importar essa mão de obra inteligente para as capitais.

Infelizmente as nossas elites parecem que não gostam de quem tem sensibilidade. Parce que só conseguem conviver e valorizar a mediocridade. É uma pena!


A Geraldo, aqui a nossa homenagem, nossa porque é de todos aqueles sertnienses, que são testemunhas do seu trabalho e do seu valor, e que sabem que cultura é qualidade de vida, alimenta a alma, educa a sensibilidade, forma cidadãos reflexivos, gera emprego e renda prás pessoas e une os conterrãneos, em sua identidade cultural.


"Isso vale um abraço , companheiro!"