quarta-feira, 28 de maio de 2008

TEXTO ESPETACULAR -FORRÓ ELETRÔNICO x FORRÓ PE´DE SERRA

Eu quero meu sertão de volta - Anselmo Alves
Nos últimos dez anos tenho viajado freqüentemente pelo sertão de Pernambuco, e assistido, não sem revolta, a um processo cruel de desconstrução da cultura sertaneja com a conivência da maioria das prefeituras e rádios do interior. Em todos os espaços de convivência, praças, bares, e na quase maioria dos shows, o que se escuta é música de péssima qualidade que, não raro, desqualifica e coisifica a mulher e embrutece o homem.O que adianta as campanhas bem intencionadas do governo federal contra o alcoolismo e a prostituição infantil, quando a população canta “beber, cair e levantar”, ou “dinheiro na mão e calcinha no chão” ? O que adianta o governo estadual criar novas delegacias da mulher se elas próprias também cantam e rebolam ao som de letras que incitam à violência sexual? O que dizer de homens que se divertem cantando “vou soltar uma bomba no cabaré e vai ser pedaço de puta pra todo lado” ? Será que são esses trogloditas que chegam em casa, depois de beber, cair e levantar, e surram suas mulheres e abusam de suas filhas e enteadas? Por onde andam as mulheres que fizeram o movimento feminista, tão atuante nos anos 70 e 80, que não reagem contra essa onda musical grosseira e violenta? Se fazem alguma coisa, tem sido de forma muito discreta, pois leio os três jornais de maior circulação no estado todos os dias, e nada encontro que questione tamanha barbárie. E boa parte dos meios de comunicação são coniventes, pois existe muito dinheiro e interesses envolvidos na disseminação dessas músicas de baixa qualidade.
E não pensem que essa avalanche de mediocridade atinge apenas os menos favorecidos da base de nossa pirâmide social, e com menor grau de instrução escolar. Cansei de ver (e ouvir) jovens que estacionam onde bem entendem, escancaram a mala de seus carros exibindo, como pavões emplumados, seus moderníssimos equipamentos de som e vídeo na execução exageradamente alta dos cds e dvds dessas bandas que se dizem de forró eletrônico. O que fazem os promotores de justiça, juízes, delegados que não coíbem, dentro de suas áreas de atuação, esses abusos?Quando Luiz Gonzaga e seus grandes parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas criaram o forró, não imaginavam que depois de suas mortes essas bandas que hoje se multiplicam pelo Brasil praticassem um estelionato poético ao usarem o nome forró para a música que fazem. O que esses conjuntos musicais praticam não é forro! O forró é inspirado na matriz poética do sertanejo; eles se inspiram numa matriz sexual chula! O forró é uma dança alegre e sensual; eles exibem uma coreografia explicitamente sexual! O forró é um gênero musical que agrega vários ritmos como o xote, o baião, o xaxado; eles criaram uma única pancada musical que, em absoluto, não corresponde aos ritmos do forró! E se apresentam como bandas de “forró eletrônico”! Na verdade, Elba Ramalho e o próprio Gonzaga já faziam o verdadeiro forró eletrônico, de qualidade, nos anos 80.Em contrapartida, o movimento do forró pé-de-serra deixa a desejar na produção de um forró de qualidade. Na maioria das vezes as letras são pouco criativas; tornaram-se reféns de uma mesma temática! Os arranjos executados são parecidos! Pouco se pesquisa no valioso e grande arquivo gonzaguiano. A qualidade técnica e visual da maioria dos cds e dvds também deixa a desejar, e falta uma produção mais cuidadosa para as apresentações em geral.
Da dança da garrafa de Carla Perez até os dias de hoje formou-se uma geração que se acostumou com o lixo musical! Não, meus amigos: não é conservadorismo, nem saudosismo! Mas não é possível o novo sem os alicerces do velho! Que o digam Chico Science e o Cordel do Fogo Encantado que, inspirados nas nossas matrizes musicais, criaram um novo som para o mundo! Não é possível qualidade de vida plena com mediocridade cultural, intolerância, incitamento à violência sexual e ao alcoolismo!Mas, felizmente, há exemplos que podem ser seguidos. A Prefeitura do Recife tem conseguindo realizar um São João e outras festas de nosso calendário cultural com uma boa curadoria musical e retorno excelente de público. A Fundarpe tem demonstrado a mesma boa vontade ao priorizar projetos de qualidade e relevância cultural.Escrevendo essas linhas, recordo minha infância em Serra Talhada, ouvindo o maestro Moacir Santos e meu querido tio Edésio em seus encontros musicais, cada um com o seu sax, em verdadeiros diálogos poéticos! Hoje são estrelas no céu do Pajeú das Flores! Eu quero o meu sertão de volta!
Eu assino embaixo!

AÇUCENAS

AÇUCENAS(CORSINO DE BRITO)

NA OURELA DO RIO MOXOTÓ,
RIO DA BARRA ,TERNO LUGAREJO,
ENFLORA-SE, VESTE-SE DE AÇUCENAS,
QUANDO O OLOR DAS IMBURANAS INFESTA
E RIO DA BARRA TODO VIRA FESTA,
PARA OS ENCONTROS PIOS NA NOVENA...

AS MOÇOILAS, GARBOSAS,SE APESTAVAM.
E VIBRAVA ALEGRE A RAPAZIADA
ÁS SALVAS DE ESPOUCANTES FOGUETÓRIOS...

ENTÃO,TIVE A PRIMEIRA NAMORADA,
ÁS BENÇÃOS FERVOROSAS DA NOVENA,
BEM NA OURELA DO RIO MOXOTÓ
HOJE RIO DA BARRA ME POVOA.
AS NARINAS HAUREM-SE DE IMBURANAS,
E A MEMÓRIA ,DOCE AMIGA TIRANA,
ENCHE MEUS OLHOS DE AÇUCENA EM FESTA...

*CORSINO DE BRITO –FUNCIONÁRIO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-RJ, ESCRITOR,POETA E ENSAISTA.MORA EM COPACABANA, NO RIO DE JANEIRO.
O TREM NÃO APITA MAIS NO LARGO DA ESTAÇÃO
(OU MENINOS DE SERTÃNIA)
ALBERTO OLIVEIRA

- a Manfried Nigro-

I
Lembro da velha estação
Do trem Maria Fumaça
Tudo passa, tudo passa...

II
Levava do nosso chão
Fardos de branco algodão
Colhido pelos roçados
E meus irmãos desnudados
Numa miséria sem fim
Um alvo puro alfenim
Pra vestir encasacados.
III
- Olha o pão doce e gelada
Cocada branca e pretinha
Sanduíche de galinha
Raspa-raspa e limonada!
IV
Os gritos pela calçada
Vulto menino implorando
Com o olhar suplicando
Ao venerável senhor:
-Vai comprar hoje, Doutor?
A mãe em casa esperando...



V
Eram dois, quatro cruzados
O apurado do dia
Suor na face corria
Carão de guardas fardados
Os apitos alongados...

VI
Quem sabe trará mudança...
Desespero da criança
Carreira pra dar o troco
Amanhã é sem sufoco
Restava inútil esperança.
VII
O trem não apita mais
No Largo da Estação...
Somente antiga visão
Fotos de velhos jornais
Não vou esquecer jamais...
VIII
E hoje só recordando
Cabelo branco alisando
A lágrima por fim me sai
Pelo meu rosto me cai
De velhos tempos lembrando...

domingo, 25 de maio de 2008

SERTÂNIA, LAR DA CONCEIÇÃO

SERTÂNIA, LAR DE CONCEIÇÃO (Vanusa Silva)
I
Foste gerada com amor
E com muita emoção.
Em mil oitocentos e dez
Por Catarina e Antão.
Dois grandes devotos
De Virgem da Conceição.
II
Ambos tementes a Deus
Com louvor e comoção
De terras fizeram doação.
Ergueu-se a Igreja Matriz,
Onde o povo orando diz:
- Bendito seja este torrão.
III
Que viu uma fazenda acanhada
Transforma-se num povoado em ascensão.
Alagoa de Baixo cresceu então,
E com glória foi acalentada,
Terra de cabra macho
E mulher forte, feito o Sertão
IV
Sertânia o teu nome,
É forte, feito um cipó
Seguro, como um nó
sóis imburana de cheiro
Crescendo as margens do Moxotó
VI
Sois menina de fé,
Jóia nobre do Sertão.
Árvore que deu frutos Raros
bons neste chão,
Terra de poetas e cantadores
Onde lavradores expressam sua emoção.
VII
E tudo isso graças ao amor
Que em tuas terras vingou
Entre Catarina e Antão
Uma devota e um lavrador
Que de terras abriram a mão
Hoje, Sertânia é lar de Conceição.

VANUSA SILVA -pertencente a família LEANDRO DE MORAES,Vanusa em Sertânia participou de grupos musicais, teatrais e fez movimento estudantil na ESCOLA OLAVO BILAC. Pedagoga, é escritora de literatura infantil, tendo publicado o livro "as formiguinhas".

SERTÂNIA

SERTÂNIA
JOSIMAR MATOS
Calma, silenciosa e nua,
Eis que desperta reluzente
no seio do Moxotó.
Teus encantos contagiam:
O teu sol, o ar ,o rio
Que antes em pleno cio
Murmurava
Tornando belo
Da rua Santa Rita
Até a Prainha.
Imorredoura lembrança dum passado.
Sertânia centenária
Cheia de encantos sutis
Onde mergulho em recordações
Desfazendo sons ecoantes
e, sentindo o gozo da poesia
que habita tuas entranhas,
anciã adormecida!

JOSIMAR LIRA MATOS- é compositor,poeta e artista plástico.Filho de Expedito Lira Matos e d. Maria do Disco, é funcionário dos Correios.

CONCURSO DE POESIA

CONCURSO DE POESIA
(JAIRO ARAUJO)
AQUI ESTOU, SENHORES
DA COMISSÃO JULGADORA.
DESNUDA , DETENTA,
PRESA A TAL FOLHA
DE TAMANHO OFÍCIO,
DE PEDRA DE HOSPITAL,
ZUMBI.
MORTA DE VERGONHA,
POIS ESSES MEUS SEIOS,
COXAS E BUNDAS,
Á MOSTRA DESSES DEZ OLHOS,
VISORES DA LITERÁRIA,
AMANTES DA GENITÁLIA.

SOU CRIATURA ETÉREA ,
FILHA DE CRIADOR ALADO,
ENCONTRO-ME FACILMENTE
ÁS PORTAS DOS CABARÉS,
JUNTO AS PUTAS NAS QUEBRADAS...
CHAMAM-ME POESIA,
OUTROS PROSA , OUTROS VERSOS.
NASCI PEIXES,MOXOTÓ, BODES,
DESLIZANDO PRÁ MACACO,
CORUJA, RIO BRANCO, ZABELÊ,
Á BOBA!
SOU A BÍBLIA NO SUVACO
DAS BEATAS NO CIO,
SOU ALAGOA DE BAIXO,
SOU FEITA DE FACA E FLOR.
DE SAUDADE E DOS TEMPOS.
SOU CLAVE DE FRANCISQUINHO,
CANETA DE WALDEMAR,
SOU ÁGUA DO AÇUDINHO,
UM RETRATO DE WALMAR.

O PENSAMENTO EM CAROCHA
NO JUJU DO FILHO DELA,
EM PASTOR DE ESTRELINHA,
EM LA BELLE MISS PANELA.
AQUI ESTOU , SENHORES
JULGADORES DE MINHA VIDA,
ALGUNS ME CHAMAM VITÓRIA,
OUTROS ME CHAMAM PERDIDA.

*JAIRO ARAUJO É FILHO DO MAESTRO E COMPOSITOR FRANCISQUINHO DIAS ARAUJO E FLORISA SIQUEIRA CAMPOS.ADVOGADO , ESCRITOR E COMPOSITOR.FALECEU AOS 47 ANOS DE IDADE, A 02 DE MAIO DE 2005.
POEMA SERTANIENSE
OU NAS RUAS DA VELHA CIDADE
(LUIZ CARLOS MONTEIRO)

Nas ruas da velha cidade
Batidas de sino vibrando
Vai lentamente o cortejo
Silencioso avançando

-Procissão, missa ou enterro?
Os sem- aviso sondando
Se procissão-muito bem
Se funeral- isso é mau

Rua velha
Velha igreja
Última benção
Final

*Luiz Carlos Monteiro é poeta, crítico literário e professor.Filho de Expedito(Nô) e
D. Cícera Professora . Escreve na revista continente multicultural, entre outras.Tem vários
Livros publicados.
HOMENAGEM Á SERTÂNIA
LUIZ WILSON

SERTÂNIA, MINHA CIDADE
PRÁ MIM NÃO HÁ OUTRA IGUAL
UM DIA DEIXEI O SÍTIO
PRÁ CURSAR O GINASIAL
MESMO VIVENDO DISTANTE
EU ME LEMBRO A TODO INSTANTE
DO GINÁSIO INDUSTRIAL

A MINHA CIDADE É GRANDE...
RUA VELHA ...PEDRA GRANDE...
A SUA VISTA SE AVISTA
DO ALTODO GOGÓ DA GATA
EU NÃO ESQUEÇO O PARQUINHO,
A BODEGA DE TOINHO,
A FEIRA DE PASSARINHO,
A LEMBRANÇA ME MALTRATA...

SERTÃNIA EU NÃOTE ESQUEÇO!
SEI QUE AINDA SOU TEU FILHO
SONHOVIVER NO TEU BRILHO
SERÁ QUE AINDA MEREÇO?
TE DEIXEI ,MAS NÃO FOI POR INGRATIDÃO
CONFESSOTE GUARDEI NO CORAÇÃO,
SERTÂNIA ,ÉS O MEU BERÇO!!!
MERCADO MUNICIPAL,
FARINHA BRANCA, AMARELA,
BOLACHA SECA E CANELA,
PÃO DOCE, AGUADO E CRIOLO
O DOCE QUE ERA O TIJOLO
E A NOSSA FEIRA SINGELA
CADA VEZ QUE LEMBRO DELA
ME EMOCIONO DEMAIS...
ASSIM RECORDO OS MEUS PAIS...
A MINHA CIDADE É BELA!

TE ESCREVER NESTES VERSOS
ME REALIZA EU CONFESSO,
POIS SONHO COM TEU PROGRESSO,
MESMO NÃO VIVENDO AÍ
EU TE ACOMPANHO DAQUI
E VOU VOLTAR NO FUTURO
EM TI ME SINTO SEGURO
POIS FOI AÍ QUE NASCI!

*LUIZ WILSON- É cantor , compositor , poeta e produtor cultural em São Paulo-SP.Filho de Juca Leite e D. Elvira Vasconcelos(Sítio Recanto), tem vários cd`s gravados e diversos cordéis publicados.

SERTÃNIA NA VOZ DOS SEUS POETAS

AINDA NO CLIMA DA EXPOESIAS E DO ANIVERSÁRIO DE SERTÃNIA, COLOCAMOS AÍ UMA SÉRIE DE TRABALHOS DE POETAS QUE CANTAM A NOSSA TERRA, PAISAGENS RURAIS, RUAS, MUSAS, LOUCOS, FIGURAS FOLCLÓRICAS E HISTÓRIAS ...
BOA LEITURA! PARABÉNS SERTÃNIA!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

SAPECAS promove EXPOESIA

A SAPECAS- Sociedade dos poetas, escritores, compositores e artistas de Sertânia estará promovendo nesta terça-feira, dia 20 de maio,a EXPOESIA-Exposição Poética de Sertânia,que
Será realizada no auditório Waldemar Cordeiro, da Escola Olavo Bilac, durante o dia, das 8 as 17 horas e encerrá no Ponto de cultura,no armazém das artes, a partir das 20horas.
A EXPOESIA constará de pequenas palestras com escritores sertanienses em rodas de leituras ao ar livre, declamação de poesias de sua s autorias por parte de poetas veteranos , jovens e iniciantes, Além de exposições dos poemas dos mesmos.O objetivo é congregar os poetas das mais diversas gerações, abrir espaço para novos talentos e levar o público estudantil , a juventude E os educadores a terem um contato mais efetivo com a poesia.Haverá ainda momentos musicais com cantores, compositores e músicos.No encerramento , a noite, haverá música e poesia da terra com Antônio Amaral e Josessandro Andrade, num show caprichado.

O Evento será uma forma de apresentar a entidade a sociedade local e da região do Moxotó.Nesta sexta feira, os seus fundadores Josessandro Andrade, Ricardo Mariano,Zé
Luiz Cavalcanti, Edvanildo Nunes,Gabriel Oscar, Gilmarques Andrade e Derivaldo Santana, estraão na rádio Sertânia FM , no programa Debate Aberto, as 11 horas, falando sobre a EXPOESIAS e a SAPECAS. A EXPOESIAS está inserida na programação do aniversário de Sertânia, organizada pela prefeitura sertaniense.

ANIVERSÁRIO DE SERTÃNIA

No dia 24 de maio Sertânia completa mais um aniversário resolvemos reeditar um texto especial sobre a cultura e os artistas da cidade prá entrar nesse clima.Além de colaborar com alunos e professores em suas pesquisas.

SERTÂNIA - BERÇO DE ARTISTAS

SERTÂNIA – BERÇO DE ARTISTAS
- Princesa do Moxotó é uma cidade multicultural -

por Josessandro Andrade
Especial para o BLOG
Nos anos 50, 60 e 70 – a Orquestra Marajoara do Genial Maestro Francisquinho funcionou como Usina Musical para Sertânia e região. Por lá passaram o então garoto Flávio José, A jovem Maria da Paz (Paizinha), o consagrado Claudionor Germano e mais tarde, o hoje forrozeiro Mazinho de Arcoverde, sem esquecer dos Sertanienses José Cláudio (já falecido), Hamilton Rodrigues e Luiz Wilson.
O mitológico (nas palavras de Alberto da Cunha Melo) Francisquinho, um compositor especialista na categoria frevo-de-rua (com dezenas deles gravados pelas grandes orquestras nacionais), de samba, valsa, tangos e boleros, era um grande regente, levando com seu irmão Demétrio, a Marajoara aos grandes Clubes do Nordeste: Recife, João Pessoa, Natal, Maceió, Fortaleza. Formou grandes músicos e ótimos intérpretes. Por suas mãos passaram também cantores locais como Cristina Amaral, Andrade de Sertânia (Jacildo), Roberto Lopes (Bel), Hugo Araújo (seu filho), Charuto e Djalma Siqueira com CDs gravados e carreiras sólidas, músicos compositores como Gripa de Sertânia, Walter Amaral, Walmar, Jairo Araújo, Antonio Amaral e Anacleto Carvalho e músicos como Apriginho, Abelardo Tirbutino, Teixeira, Deodato, Jarbas Humberto, além dos filhos de Luiz Pintô que depois fizeram carreira em São Paulo: Lailton Araújo, Luisinho Salvador, Wanderley Araújo, Lailton Santos e Natércio Araújo.Merece registro ainda o trabalho de compositor de Wilson Freire,parceiro do brincante Antônio Carlos Nóbrega.
Sertânia tem ainda artistas como Adilson Medeiros, Banda Moxotó, Luiz Wilson, Chico Arruda, Daniel Medeiros, César Amaral, Heuris Tavares, Nico Batista, Dodó, Keby Pena, André Brasiliano, Calu Vital, Adriana Neves, Jailson Santana, Maria Helena, Toriño Paes, Jairo Novinho, Reginaldo Siqueira e muito mais...

CIDADE DE POETAS

CIDADE DE POETAS E ESCRITORES



Sertânia possui uma pluralidade poética considerável. Tem Ulysses Lins de Albuquerque, escritor e poeta com mais de uma dezena de livros publicados, que foi da APL – Academia Pernambucana de Letras. Tem Alcides Lopes de Siqueira, poeta que foi, juntamente com Ariano Suassuna, fundador do Movimento Armorial. Tem Waldemar Cordeiro, o poeta de Siboney, ¨cuja musa está incorporada à mitologia poética do Nordeste¨, segundo o escritor Alberto da Cunha Melo. Tem Corsino de Brito, poeta que, ao lado de Solano Trindade, participou da Causa Negra em Pernambuco e hoje mora em Copacabana, no Rio de Janeiro, circulando nos meios literários mais prestigiados.
Há ainda o premiadíssimo poeta, artista plástico e dramaturgo Marcos Cordeiro, Mozart Lopes de Siqueira que escreveu poemas até em Francês, Luiz Carlos Monteiro, Crítico Literário da Revista Continente Multicultural e poeta, além da poetisa Ada Siqueira, ex-Presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, o multiartista Wilson Freire (Bida), o irreverente Jairo Araújo, a genialidade louca de Zé Carneiro, o introspectivo poeta Carlos Celso, o excêntrico Hamilton Rodrigues e o internacional Antonio Virgílio de Andrade, desconhecido aqui em Sertânia.Há ainda a geração Cabeça de rato.
Sertânia foi também morada que acolheu o Rei dos Cantadores Pinto do Monteiro (que morou na Rua dos Guararapes) e o repentista Gato Velho. Nela tiveram suas raizes os poetas populares Zito Siqueira, Gato Novo, Manoel Soares, Fernando Leal, Duval Brito Walmar, bem como o pesquisador Ésio Rafael – o Grapiúna.
A Prosa se faz presente na literatura sertaniense através do já citado Ulysses Lins, do Romancista e Ensaista Fernando Patriota e Marcelino Freire – um escritor de projeção nacional, considerado a mais nova revelação dos contistas brasileiros. No mais, merecem menção,a escritora de literatura infantil Vanusa Silva, o economista e desportista Genival Ferreira,o médico pesquisador social Antônio José de Siqueira(Cheriño), O sociólogo Wellington Santana e o seu irmão pe.Airton Freire, os pesquisadores da História Sertaniente Luiz Dodô, Raimundo Laet Cavalcanti (Mundico) e Zé do Museu, este último autor de feitos incomparáveis, como escrever história, cordel , tocar sanfona e ter seu regional, montar uma banda de pífano, um grupo de bacamarteiros, construir um museu, fabricar vinho e cachaça de cabeça, plantados no seu quintal.
CELEIRO DO ARTESANATO DO SERTÃO

Sertânia é conhecida lá fora como “Terra das Esculturas Alongadas”, devido as peças de artesanato produzidas em madeira de umburana e de forma alongada e fina, retratando diversas figuras da fauna humana sertaneja, tais como o vaqueiro, o retirante, a rezadeira, entre outros.
As esculturas Sertanienses fazem sucesso em feiras internacionais como a FENNEART (Recife-PE.) e outras Brasil afora. Hoje nossos artesãos exportam peças para Alemanha, França e outros países da Europa. Os principais pontos deste tipo de artesanato são o Alto do Rio Branco, através do ateliê de Marcos Paulo e a Vila da COHAB, através da oficina de Carlos Barbosa. Ambos são pontos de aglomeração de novos artesãos, que surgem na lógica do artesanato, que gera emprego e distribui renda. Há ainda o trabalho do artesão Novinho do corredor de João Pires. Uma figura especial é Biu Aleijadinho: que só possui dois dedos das mãos e faz peças incríveis.
Outros tipos de produção de artesanato podem ser encontrados no Armazém das Artes, no antigo prédio da Rede Ferroviária, iniciativa da Associação dos Artesãos.

CINEMA,VÍDEO E FOTOGRAFIA

CINEMA E VÍDEO DO MOXOTÓ

O Precursor do Cinema em Sertânia é o cineasta e fotógrafo Djair Freire (filho de Zezinho Juvêncio) que em 1979 realizou o filme “Pinto do Monteiro”, documentário em super-8.
Em 1997, Cruzeiro do Nordeste é palco do filme “Central do Brasil” de Walter Sales. Em 2003, “Árido Movie” tem parte das locações em Rio da Barra e no Feliciano.
Em 2005, André Ferreira dirige e filma em 35 mm., em Sertânia, o documentário “A Botija”. No ano seguinte, Wilson Freire (Bida) monta em Albuquerque-Né, parte do seu filme-documentário “Uma Cruz, Uma História, Uma Estrada”. Convém registrar ainda o vídeo-poético-experimental de Ivon Rabelo “anjo urbano”, baseado na Poesia de Flávio Magalhães, filmado nas principais ruas da cidade.

OUTRAS ARTES

O U T R A S A R T E S

Não se poderia esquecer o balé-Elisabeth Freire, premiado em festivais de danças folclóricas internacionais como Curitiba-PR., Teresina-PI., Passo Fundo-RS, que já dançou na ópera de arame e já convidado para a França. E o que dizer de Luiz Freire (filho de Antônio Juvêncio), treze vezes campeão do Bal-masquê em Recife e hoje um carnavalesco de prestígio nacional? De Joacir de Castro, teatrólogo do TPN – Teatro Popular do Nordeste, ex-Diretor do Teatro Santa Isabel e dirigiu gente como José Wilker e Paulo Autran? A Banda de Pífanos da Mata, o Reisado de Bexigolixo e o Grupo de Bacamarteiros são referências folclóricas do lugar.
O Teatro sertaniense destacou-se através dos grupos Grêmio teatral Arthur Azevedo, nos anos 50,coordenado por Waldemar Cordeiro o grupo disparada, na década de 60, coordenado por Ésio Rafael; Teatro de Estudantes de Sertânia, na década de 70; coordenado por Wilson Freire, THAS- Teatro Amador De Sertânia, coordenado por Ivan Senna,Grupo Emídio Neto,coordenado por Esequias Cardoso, ambos nos anos 80; Grupo Mandacaru teatro , nos anos 90, coordenado por Josessandro Andrade e na atualidade sob a direção de Wilton Augusto.Como autores teatrais devemos mencionarWaldemar Cordeiro, Monsenhor Urbano de Carvalho,Wilson Freire, Zito Jr., Marcelino Freire, Josessandro Andrade e Wilton Augusto.