domingo, 13 de abril de 2008

ULYSSES LINS - O TROVADOR DO MOXOTÓ

ULYSSES LINS DE ALBUQUERQUE(*09/051889 SERTÂNIA-PE+29/121979-RIO DE JANEIRO-RJ). COLETOR ESTADUAL E FEDERAL, BACHAREL EM DIREITO PELA FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE-PE, DEPUTADO FEDERAL CONSTITUINTE EM 1946, COMO ESCRITOR , POETA E HISTORIADOR, FOI MEMBRO DA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS,DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PERNAMBUCO E DO INSTITUTO ARQUEOLÓGICO NACIONAL. QUANDO O ENTÃO MUNICÍPIO DE ALAGOA DE BAIXO FOI MUDAR DE NOME, FOI ULYSSES LINS QUEM SUGERIU “SERTÂNIA”. PUBLICOU OS SEGUINTES LIVROS DE POESIA:
*PEDÚNCULOS(1910)
*AO SOL DO SERTÃO (1922)
*MESTRES E DISCÍPULOS(1927)
*FOGO E CINZA (1933)
*EXALTAÇÃO À POESIA SERTANEJA(DISCURSO DE POSSE NA ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS-1934)
*SOL POENTE(1962)
*SEARA ALHEIA (1969)
*E A NOITE VEM(1969)
*QUADRAS DE OUTRAS QUADRAS(1976),

EIS O PORQUÊ DE POETA DA LADEIRA DE FRANCISQUINHO

As vezes as pessoas dizem não entender o porquê do epíteto e a insistência em vincular-me a esta expressão.É que depois de alí nascer,passar a infância e adolescência, morar no Recife, voltar,residir em outras ruas, acabo sempre voltando para a "Ladeira de Francisquinho", expressão cunhada por Jairo Araújo,ao dedicar-me um livro com lembrança. EU, HUGO, JAIRO,O POVO DE LUIZ PINTOR E OUTROS MORADORES sabemos o que aquela rua representa para nós...aliás ,ela não é uma rua, mas sim um país...



LADEIRA DE FRANCISQUINHO
(JOSESSANDRO ANDRADE)
DESCANSAI MARKETIROS
DO MERCADO EDITORIAL

QUEM SEREI EU
PARA QUERER POUSAR
DE ESCRITOR UNIVERSAL
CAPAZ DE IR DA AMÉRICA EUROPÉIA
ATÉ A CHINA CONTINENTAL?

QUEM SEREI EU
EM PRESTÍGIO
PARA DESEJAR SER
O VATE DA URBE
A INVADIR O MANGUEZAL?
JÁ TIVEMOS A CIÊNCIA
DE CHICO PARA TAL...

QUEM SEREI EU
PARA PROCLAMAR PARA MIM
O EPÍTETO PRETENSIOSO
DE POETA DO SERTÃO AO LITORAL
CANTANDO CAATINGA E CA(R)NAV(I)AL?
POIS O CAMINHO FOI HERANÇA
DE JOÃO CABRAL...



SEREI EU MESMO
MODERNO PROVINCIANO
NUM ROCK XOTEADO EM BOLERO
DO RITMO INTERIORANO
ONDE ESCUTO O GOSTO ÍNTIMO
EM BATISMO BEM FRESQUINHO:
ÉS POETA DA LADEIRA DE FRANCISQUINHO!

O TEMPO VAITRATANDOUMA RUA
COMOUM PEIXE,
RETIRANDO ESCAMAS, ESPINHAS,
PARA SERVÍ-LA
AO GOSTO EXIGENTE
DOS FREGUESES MODERNOS

A LADEIRA DE FRANCISQUINHO
AGORA É UMA RUA
QUE SÓ EXISTE NA MEMÓRIA
DOS ARTISTAS QUE LÁ MORARAM
DAS CRIANÇAS QUE LÁ BRINCARAM
E CRESCERAM PARA OUTRAS RUAS
OUTROS MUNDOS...

CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS,
LABORATÓRIOS CLÍNICOS,
ESCRITÓRIOS DE ENGENHARIA,
TORNARAM SISUDO E SOLENE
O AR COMERCIAL
QUE TOMA A RUA
COM SUAS PLACAS LUMINOSAS.

POR CERTO
POUCO SOBRARÁ
DA POESIA DA RUA, CARREGADA DE SONS,
NAS NOITES DE CANTORIA,
ORGANIZADAS POR GERALDO CANAFÍSTULA,
NO HOTEL GUARARAPES,
DO CANECO DE DONA RAIMUNDA
TIMBUNGANDO NOS TAMBORES DE LEITE DE RISOMAR,
DA MÚSICA DO TREM CHEGANDO NA ESTAÇÃO FERROVÍÁRIA,
DO GIRO DO CARROSSEL DE CONFEITOS
NA BODEGA DE FRANCISQUINHO,
COMOSE FOSSEM SEUS FREVOS,
QUE SUA ORQUESTRA ADOÇAVA NOSSA ALMA
EMBRIAGANDONOSSOS ESPÍRITOS
COMOAS FARRAS DE CAVAQUINHO
NA CASA DO CARNAVAL QUE ERA
A DE SEU LUIZ PINTÔ.

POR CERTO,
POUCO SOBRARÁ DA POESIA DA RUA
CARREGADA DE CORES
COMO A ESPERANÇA HASTEADA
NAS ÁRVORES DE AGALHA,
POVOADAS POR LACERDINHAS,
NA CANAFÍSTULA ÁRBITRA
DAS PELADAS DA CALÇADA,
COMO O JOGODE BARALHO
DE SEU FELINO,
ILUSTRADO POR UMA GARGALHADA DE MIRTES...

SOU UM HOMEM DE ALDEIA,
QUE PROCURA A SABEDORIA
NA ÓSTIA DA NATUREZA.
TENTEI APRENDER COM OS ÍNDIOS
A PESCAR OS PEIXES NECESSÁRIOS
E COM OS JAPONESES A COMÊ-LOS CRUS
E A DELEITEAR-ME COM ISTO.

NA FABULOSA GASTRONOMIA DOS DIAS
SÓ CONTEMPLO ESTE INSÓLITO PEIXE
QUE O RIO MOXOTÓ NOS DEDICOU
COMO OFERTÓRIO DE SUAS ENTRANHAS:
Ó ORAÇÃO TELÚRICA DAS ÁGUAS!

ULYSSES LINS E A PAIXÃO DE PEDRO BRASIL

Pedro Brasil era um doido, uma figura folclórica das antigas em Sertânia, daqueles que passava cantando a mesma música, que segundo contam era a mesma, que ouviu quando enlouqueceu numa noite de São João, por causa de um amor não correspondido...O nosso grande "trovador do Moxotó" Ulysses Lins, com sua sensibilidade muito aguçada, conseguiu captar essa delicadeza
da nossa fauna humana espiritualmente especial, neste soneto que retrata o drama de vida de
Pedro Brasil e a ressonância dessa figura na sociedade da época.

PEDRO BRASIL
ULYSSES LINS

Pelas ruas sorrindo atoamente
Passa Pedro Brasil alvoroçado
Atraindo a atenção daquela gente
Que o estima e se condói do seu estado

Falam que ele adorou antigamente
Bela menina a flor do povoado
Não foi correspondido e tristemente
Manifestou-se assim meio aluado...

Foi numa festa do santo da fogueira
Que ouvindo a morenita cantadeira
Sentiu no peito o fogo da paixão...

Se de tal não se lembra , não se esquece,
Pois canta sempre aquilo que parece
Que ouviu na velha noite de São João...

ULYSSES LINS DE ALBUQUERQUE é poeta,escritor,advogado e membro da ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS (APL).

PODER NÃOMUDA NINGUÉM ,MAS O CARÁTER REVELA

MOTE
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARATER REVELA

O SUJEITO QUANDO MOÇO
TUDO É QUESTIONAMENTO
METIDO EM MOVIMENTO
TEMPO PASSA, ALVOROÇO
QUE VÊ VAZIO O SEU BOLSO
ACEITA CARGO DE QUEM
CRITICOU E (ATÉ FEZ BEM)
AGORA DEIXA-O PÔR SELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARATER REVELA

QUEM ARRUMA QUEBRA-GALHO
E LOGO MUDA DE LADO
NO INÍCIO, DESCONFIADO
DO PODER FAZ AGASALHO
DEPOIS DE GESTO TÃO FALHO
SÓ PRESTA É QUEM LHE CONVÉM
POIS SÓ ANDA COM ALGUÉM
SE FOR DA MESMA PANELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARÁTER REVELA


SE O CABRA FOR MUITO FRACO
DESPREZA SEUS IDEAIS
NÃO PENSA EM ESTUDAR MAIS
JÁ NÃO CONFIA NO SEU TACO
FARINHA DO MESMO SACO
DA ELITE VIRA REFÉM
POR UM MÍSERO VINTÉM
NÃO QUER LARGAR A GAMELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS, O CARÁTER REVELA



COM ELE É DIFERENTE...
CONDENAVA ALIADO
MAS METAMORFOSEADO
SECTÁRIO INTRANSIGENTE
VIROU SUBSERVIENTE
PROPAGANDA IGUAL NÃO TEM
E UM BOBO DA CORTE VEM
PRÁ COMPLETAR A PARCELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS, O CARATER REVELA

CONTÁGIO DA PREPOTÊNCIA
DE PERSEGUIÇÃO A ARTISTA
VAI LHE CEGANDO SUA VISTA
NA SURDEZ, UMA DEMÊNCIA...
MAS, TÉ FALA EM VIOLÊNCIA
PRÁ UMA CRÍTICA ZEN
COMO O CORONEL DETEM
A SOBERBA NA CHANCELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS, O CARÁTER REVELA



DESLUMBRA-SE NO PODER
JÁ DO PASSADO ESQUECEU
TUDO QUE ELE DEFENDEU
COMO MUDOU SEU DIZER!...
HOJE SÓ QUER O PRAZER
DOS CARTÕES QUE ELE RETEM
ARGUMENTO É NENHENNHEM
COERÊNCIA ATROPELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARÁTER REVELA


SE ENCHE DE PRIVILÉGIO
POR MENOR QUE ELE SEJA
NO DETALHE SE LAMPEJA
DA ÉTICA O SACRILÉGIO
PORTA-VOZ DO SORTILÉGIO
SE LAMBUZA E DESMANTELA
NUMA TÃO SUJA PROCELA
QUE MORAL AINDA TEM?
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARÁTER REVELA



METIDO A NAMORADOR
DO PÚBLICO FAZ PUTEIRO
E AS AMANTES DO SEU DINHEIRO
LHE DÃO O SEU GRANDE VALOR
ORGIAS NO CORREDOR
PROPINA POR CENTO CEM
NO ÍNTIMO “SÓ” E “ SEM”
A CONSCIÊNCIA LHE GELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARÁTER REVELA



VEJO CASOS EXEMPLARES
DE GUEVARA E JESUS CRISTO
(POR ISTO NO MOTE INSISTO)
COM PODER ALÉM DOS MARES
MAS, ERGUERAM SEUS PILARES
SEM MUDAR SUA NATUREZA
AO PERCEBER SAFADEZA
VOLTARAM PRA SUA FAVELA...
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS SEU CARÁTER REVELA


QUEM SOU EU PRA CENSURAR,
QUEM QUER GANHAR SEU TOSTÃO?
POIS EU RESPEITO A SUA OPÇÃO
DE GANHAR PRA TRABALHAR
SÓ NÃO POSSO CONCORDAR
QUE O CARA MUDOU TELA
ESCONDIDA TAVA ELA
ESPERANDO XENHENHÉM
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
MAS O CARÁTER REVELA



TENHO PENA DA FRAQUEZA
DE QUEM SUBMETE A ISSO
SE PASSA PRA TAL SERVIÇO
PERDENDO A SUA GRANDEZA
BALANÇA DA FORTALEZA
PESA QUEM ATITUDE TEM
DEFEITO TENHO TAMBÉM
SÓ NÃO ME DOBRO A SUVELA
PODER NÃO MUDA NINGUÉM
SÓ O CARÁTER REVELA

JOSESSANDRO ANDRADE

UMA GLOSA DE HUGO ARAUJO

Recebi de Fatima Marcolino noticias do "Poeta da ladeira de Francisquinho", e em outro recado uma referencia sobre as historias das ladeiras abaixo na cidade de Sertania,e resolvi fazer esta pequena homenagem ao amigo e irmão sertaniense" JOSESSANDRO ANDRADE"
AO POETA DA LADEIRA
LADEIRA DE FRANCISQUINHO
FAÇO PARTE DESTE NINHO
SERTANIA LINDA E FACEIRA
ÉS POETA DE PRIMEIRA
DERRAMAS INSPIRAÇÃO
É GRANDE TEU CORAÇÃO
ILUMINA COMO FACHO
DESCENDO LADEIRAABAIXO
ÉS FILHO DESTE SERTÃO...

-Hugo Araujo 12/02/2008

POEMA DE ANTÔNIO BELO

Veja que metapoema de densidade do poeta Antônio Belo, irmão de Zé Mago(do bar A injericana). Eita raça de comunista, poeta e gente inteligente.


Vai meu Poema
(Antônio Belo)

Vai meu poema,
Vais correr o mundo
Não importa que te digam
Que és um poema vagabundo...

Desces montanha,
Sobes serra
Pois somente o que se ganha
É o que a verdade encerra:
Se, como disse o poeta,
“Bom cabrito é o que mais berra!”

Vai meu poema,
Pois o tempo urge!
Se uma palavra acaba,
Outra, ali, ressurge...

Passas sobre as catedrais
Passas por baixo da ponte
Sobes rios, desces vales,
Vais anunciar um mundo novo
Mas nunca esqueças a “fonte”,
Que é a Língua do povo!

Vai meu poema,
Que nunca feneças
Ante à tirania
Ou à opressão
Pois se um dia,
Negares poesia,
Que nunca mais
Pises nesse chão!

Vai meu poema:
Voa!
Se não te derem asas,
Mesmo assim,
Teu grito ecoa!

Palmas, dezembro/2007

quinta-feira, 3 de abril de 2008

SERTÃNIA-CULTURA NA VEIA

A VOCAÇÃO CULTURALDE SERTÂNIA ESTÁ NOS SEUS ARTISTAS,NOS SEUS GRUPOS FOLCLÓRICOS E CULTURAIS,NOS SEUS FESTIVAIS E EVENTOS, MAS SOBRETUDONA GÊNESE DE SUA GENTE INTELIGENTE,BOEMIA E ESPIRITUOSA.

OUTRAS ARTES

O U T R A S A R T E S

Não se poderia esquecer o balé-Elisabeth Freire, premiado em festivais de danças folclóricas internacionais como Curitiba-PR., Teresina-PI., Passo Fundo-RS, que já dançou na ópera de arame e já convidado para a França. E o que dizer de Luiz Freire (filho de Antônio Juvêncio), treze vezes campeão do Bal-masquê em Recife e hoje um carnavalesco de prestígio nacional? De Joacir de Castro, teatrólogo do TPN – Teatro Popular do Nordeste, ex-Diretor do Teatro Santa Isabel e dirigiu gente como José Wilker e Paulo Autran? A Banda de Pífanos da Mata, o Reisado de Bexigolixo e o Grupo de Bacamarteiros são referências folclóricas do lugar.
CINEMA E VÍDEO DO MOXOTÓ

O Precursor do Cinema em Sertânia é o cineasta e fotógrafo Djair Freire (filho de Zezinho Juvêncio) que em 1979 realizou o filme “Pinto do Monteiro”, documentário em super-8.
Em 1997, Cruzeiro do Nordeste é palco do filme “Central do Brasil” de Walter Sales. Em 2003, “Árido Movie” tem parte das locações em Rio da Barra e no Feliciano.
Em 2005, André Ferreira dirige e filma em 35 mm., em Sertânia, o documentário “A Botija”. No ano seguinte, Wilson Freire (Bida) monta em Albuquerque-Né, parte do seu filme-documentário “Uma Cruz, Uma História, Uma Estrada”. Convém registrar ainda o vídeo-poético-experimental de Ivon Rabelo “anjo urbano”, baseado na Poesia de Flávio Magalhães, filmado nas principais ruas da cidade.

CELEIRO DO ARTESANATO DO SERTÃO

CELEIRO DO ARTESANATO DO SERTÃO

Sertânia é conhecida lá fora como “Terra das Esculturas Alongadas”, devido as peças de artesanato produzidas em madeira de umburana e de forma alongada e fina, retratando diversas figuras da fauna humana sertaneja, tais como o vaqueiro, o retirante, a rezadeira, entre outros.
As esculturas Sertanienses fazem sucesso em feiras internacionais como a FENNEART (Recife-PE.) e outras Brasil afora. Hoje nossos artesãos exportam peças para Alemanha, França e outros países da Europa. Os principais pontos deste tipo de artesanato são o Alto do Rio Branco, através do ateliê de Marcos Paulo e a Vila da COHAB, através da oficina de Carlos Barbosa. Ambos são pontos de aglomeração de novos artesãos, que surgem na lógica do artesanato, que gera emprego e distribui renda. Há ainda o trabalho do artesão Novinho do corredor de João Pires. Uma figura especial é Biu Aleijadinho: que só possui dois dedos das mãos e faz peças incríveis.
Outros tipos de produção de artesanato podem ser encontrados no Armazém das Artes, no antigo prédio da Rede Ferroviária, iniciativa da Associação dos Artesãos.

SERTÂNIA -BERÇO DA ARTISTAS

SERTÂNIA – BERÇO DE ARTISTAS
- Princesa do Moxotó é uma cidade multicultural -

por Josessandro Andrade

Especial para o Tribuna do Moxotó


Nos anos 50, 60 e 70 – a Orquestra Marajoara do Genial Maestro Francisquinho funcionou como Usina Musical para Sertânia e região. Por lá passaram o então garoto Flávio José, A jovem Maria da Paz (Paizinha), o consagrado Claudionor Germano e mais tarde, o hoje forrozeiro Mazinho de Arcoverde, sem esquecer dos Sertanienses José Cláudio (já falecido), Hamilton Rodrigues e Luiz Wilson.
O mitológico (nas palavras de Alberto da Cunha Melo) Francisquinho, um compositor especialista na categoria frevo-de-rua (com dezenas deles gravados pelas grandes orquestras nacionais), de samba, valsa, tangos e boleros, era um grande regente, levando com seu irmão Demétrio, a Marajoara aos grandes Clubes do Nordeste: Recife, João Pessoa, Natal, Maceió, Fortaleza. Formou grandes músicos e ótimos intérpretes. Por suas mãos passaram também cantores locais como Cristina Amaral, Andrade de Sertânia (Jacildo), Roberto Lopes (Bel), Hugo Araújo (seu filho), Charuto e Djalma Siqueira com CDs gravados e carreiras sólidas, músicos compositores como Gripa de Sertânia, Walter Amaral, Walmar, Jairo Araújo, Antonio Amaral e Anacleto Carvalho e músicos como Apriginho, Abelardo Tirbutino, Teixeira, Deodato, Jarbas Humberto, além dos filhos de Luiz Pintô que depois fizeram carreira em São Paulo: Lailton Araújo, Luisinho Salvador, Wanderley Araújo, Lailton Santos e Natércio Araújo.
Sertânia tem ainda artistas como Adilson Medeiros, Banda Moxotó, Luiz Wilson, Chico Arruda, Daniel Medeiros, César Amaral, Heuris Tavares, Nico Batista, Dodó, Keby Pena, André Brasiliano, Calu Vital, Adriana Neves, Jailson Santana, Maria Helena, Toriño Paes, Jairo Novinho e muito mais...

SERTÂNIA-CIDADE DE POETAS

CIDADE DE POETAS E ESCRITORES



Sertânia possui uma pluralidade poética considerável. Tem Ulysses Lins de Albuquerque, escritor e poeta com mais de uma dezena de livros publicados, que foi da APL – Academia Pernambucana de Letras. Tem Alcides Lopes de Siqueira, poeta que foi, juntamente com Ariano Suassuna, fundador do Movimento Armorial. Tem Waldemar Cordeiro, o poeta de Siboney, ¨cuja musa está incorporada à mitologia poética do Nordeste¨, segundo o escritor Alberto da Cunha Melo. Tem Corsino de Brito, poeta que ao lado de Solano Andrade, participou da Causa Negra em Pernambuco e hoje mora em Copacabana, no Rio de Janeiro, circulando nos meios literários mais prestigiados.
Há ainda o premiadíssimo poeta, artista plástico e dramaturgo Marcos Cordeiro, Mozart Lopes de Siqueira que escreveu poemas até em Francês, Luiz Carlos Monteiro, Crítico Literário da Revista Continente Multicultural e poeta, além da poetisa Ada Siqueira, ex-Presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, o multiartista Wilson Freire (Bida), o irreverente Jairo Araújo, a genialidade louca de Zé Carneiro, o introspectivo poeta Carlos Celso, o excêntrico Hamilton Rodrigues e o internacional Antonio Virgílio de Andrade, desconhecido aqui em Sertânia.
Sertânia foi também morada que acolheu o Rei dos Cantadores Pinto do Monteiro (que morou na Rua dos Guararapes) e o repentista Gato Velho. Nela tiveram suas raizes os poetas populares Zito Siqueira, Gato Novo, Manoel Soares, Fernando Leal, Walmar,Abaeté bem como o pesquisador Ésio Rafael – o Grapiúna.
A Prosa se faz presente na literatura sertaniense através do já citado Ulysses Lins, do Romancista e Ensaista Fernando Patriota e Marcelino Freire – um escritor de projeção nacional, considerado a mais nova revelação dos contistas brasileiros. No mais, merecem menção,a escritora de literatura infantil Vanusa Silva, o economista e desportista Genival Ferreira,o médico pesquisador social Antônio José de Siqueira(Cheriño), O sociólogo Wellington Santana e o seu irmão pe.Airton Freire, os pesquisadores da História Sertaniente Luiz Dodô, Raimundo Laet Cavalcanti (Mundico) e Zé do Museu, autor de feitos incomparáveis, como escrever história, cordel , tocar sanfona e ter seu regional, montar uma banda de pífano, um grupo de bacamarteiros, construir um museu, fabricar vinho e cachaça de cabeça, plantadas no seu quintal.