sexta-feira, 28 de agosto de 2009

DR. FABIANO CLEMENTE- UM POETA!

Fabiano Clemente morou na ladeira de Francisquinho onde fomos amigos. Nos reencontramos nos bares da vida e que surpresa maravilhosa: descobria que ele é um inspirado poeta, que transita pelo romantisamo e pelo simbolismo , com elementos modernos.

RUÍNAS
(FABIANO CLEMENTE)

RUINAS SÃO VISTAS DO ALTO DE UMA COLINA
VENTOS FÚNEBRES PERCORREM AS SUAS FRESTAS
FORTES ESTRONDOS RESSOAM NA SURDINA
ESCUTANDO -SE APENAS O SILÊNCIO DA FLORESTA

CEDERAM AS ROCHAS INCOMPLETAS
RUÍRAM OS SONHOS ADORMECIDOS
E IDEAIS DE TANTAS VIDAS INCERTAS
SÃO RELEVADAS A PLANOS ESQUECIDOS

CONQUISTAS EMFIM SÃO CELEBRADAS
DE UMA VIDA UMA ILUSÃO PERDIDA
SÃO TIDAS COMO LÁPIDES LEVANTADAS
ERGUIDAS PARA EXALTAR UMA MORTE SOFRIDA

RUÍRAM-SE ROCHAS E VIDAS
ACABARAM -SE SONHOS E PLANOS
DAS ROCHAS, SOBRARAM PEDRAS PERDIDAS
DA VIDA SÓ ERROS E ENGANOS

*FABIANO CLEMENTE É BIOQUIMICO E POETA, ALÉM DE CANTOR E VIOLONISTA. TEM A ARTE NAS VEIAS , POIS É NETO DE DEMETRIO DIAS ARAUJO E SOBRINHO DO GRANDE FRANCISQUINHO. DEPOIUS COMENTAREI MAIS SOBRE O SEU TRABALHO.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

DE SÃO PAULO E ARCOVERDE


Carlos Celso, que está em SÃO PAULO e Hugo Araujo, que mora em Arcoverde, são outros poetas que publicamos agora. Carlos Celso , poeta lírico, profundamente telúrico( gravei um poema dele no meu cd " canto de casa", lançado em abril) fala de vários temas e presta uma homenagem a uma figura do povo , esquecida em Sertãnia: Mané Celourão. Celso é assim mesmo, como Chico Buarque, apesar de originário de família da aristocracia da grande cidade, sempre preferiu o interior, o sertão, Sertãnia, as pessoas mais humildes , os operários, os excluídos, mas cheios de poesia e encantamento.Hugo é meu irmão da ladeira de Francisquinho, artista múltiplo, canta compõe, pinta e poetiza com igual talento. Neste ele alia seus dons, na poesia, na pintura entranhada nas cores, a nos sugerir o fundo musical das ondas do mar de Peroba, que assim como a vida e o tempo "que tudo gasta e desfaz", como diria Alcides Lopes de Siqueira, nosso parente distante e comum. Dois seres humanos maravilhosos , dois poetas que prezo muito!!



AVEXADO PRA VORTÁ

(CARLOS CELSO)


Eta, terrinha querida

que me alembro toda hora

se o caba for frouxo chora

pelo restante da vida.


Um nordestino arretado

cuma eu que ama a terra

quando tá longe se emperra

pra vortá, fica avexado.


Se sai da terra é pro mode

resolvê o que num pode

sem dinheiro onde tá


.Eu saí, vim pro trabaio

fiz da vida um atrapaio

só penso mermo em vortá.

(03/agosto/2009)


MANÉ CILORÃO (ou ceroulão)

(CARLOS CELSO)


Ninguém mais fala no nome

nem inté no apelido

o cara tá esquecido

mas eu me alembro do ome.


Se fosse rico ou famoso

todo mundo se alembrava

inté omenageava

se amostrando orgulhoso.


Ele era eletricista

pra eu até um artista

nessa sua profissão.


Pobe, sem fama, sem nada

esse humirde camarada

era Mané Cilorão.


(03/agosto/2009)



CONTIGO NO PENSAMENTO(Carlos Celso Uchoa Cavalcante)


Sobre o teto do meu quarto

gota por gota caía

da chuva que entre sonhos

do leito interno eu ouvia.


Sonhava mesmo acordado

com os olhos entreabertos

fitava o teto do quarto

via teu vulto de perto.


Mas a chuva persistente

a barulhar no telhado

nada me tirou da mente.


Não dormí um só momento

passei a noite em claro

contigo no pensamento.


*CARLOS CELSO TRABALHOU NO DER SERTÃNIA DE 1971 A 1985. VIVE EM SÃO PAULO , MAS ANUALMENTE VISITA SERTANIA, ONDE FOI PRESIDENTE DO CENTRO CÍVICO DO OLAVO BILAC, CANDIDATO A VERADOR PELO MDB E PT E PRIMEIRO PRESIDENTE DO PT.

veja o blog de poesia de carlos celso acessando o link:





sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DA BÉLGICA , NA EUROPA PRÁ SERTÃNIA

MAS , MENINO...NOSSO BLOG JÁ É INTERNACIONAL...ELE TÁ SE "ACHANDO"...
DE INEZ OLUDÉ DA SILVA , IRMÃ DE ZÉ MAGO, EX-GUERILHEIRA, POETA , ARTISTA PLASTICA, EDITORA DA REVISTA DO BRASIL NA EUROPA E COORDENADORA DA BIENAL BRASILEIRA DE ARTES EM BRUXELAS,GRANDE FIGURA HUMANA, MINHA AMIGA , RECEBI O QUE SEGUE:



Jossé Sandro
meu mano,poeta, estou super emocionada com as homenagens que você presta nao somente aos Belo, mas a todos de Sertania e afins. Parabens a estes projetos maravilhosos. Parabens a Zé Mago e Nininha pelo espaço d eliebrdade e cultura que se criou no seu bar.
Vou enviar estes poemas pra você colocar no blog e prometo me implicar e enviar de vez em quando um.
Estou chegando ai em janeiro, faremos uma grande noitada de poesia.
envie mails neste endereço aqui:
inezitaulude@yahoo.com.br
Abraços saudosos.



VILA ACESA à minha Mae,Julieta Januaria, vulgo Corisco( Bruxelas,4 de novembro de 1998)

Quando eu morrer
Me enterrem no cemitério de Olinda
Onde minha mae desapareceu
Sem direito a tumba
Sem choro sem vela
Só a fita amarela
Que sorriu pra mim
Azul e branco
Verde esperança
De um Brasil maior
Enfeitado de chita
Nao de linho branco
Sabe quem perdeu ?
Os filhos, as filhas
Que. emudeceram
Diante daqueles
Do Brasil menor
Pedi minha mae, você meu senhor
Me diga porque nao se ofereceu
Pra regar a tumba onde nao cresceu
Outra flor curumim ?
com espinho,sem cheiro
Pro meu desatino,pro meu desespero
Do frio destino de ser brasileira
Em terra estrangeira sem poder contar
Viver sem seu tino,sua raça,seu peito
Nos nao temos o direito
De fazer gurufim ?E no dia dos mortos
Onde vamos chorar,rezar,sofrer,maldizer ?
E os cantos pra ela,onde vou cantar ?
Na rua, na praça,vou fazer de pirraça
a vida inteira vou dançar pra ela
Vocês do regaço me tragam pra mim
Aquela esperança cheirando a jasmim
Que. plantei na janela da Casa Amarela
Que. inventei pra ela na Vila de Areias
Vou dar-lhe,pra ela,e somente pra ela !
A semente, a raiz,os fruto,as folhas
Do meu verso manco,a minha vida torta
E o passarim na gaiola com a voz mais bela
Cantando o lacinante suspiro
Que. sou a primeira
A morrer curumim
Triste é o seu fim
Morrer indigente
A morte impigente
E a perda enfim
Mae, tu és meu começo
E eu sou o teu fim
Te prometo nao esqueço
A estela na lua
E o sol no jardim
===========

Imagine

através das artes se expressa
o conteúdo da vida
imagine sem a rima
o que seria a canção
imagine sem a viola
que seria do Cão
sem os lápis os pincéis
como pintar coração?
si a vida não bastasse
o que bastaria então?
o peito de um moreno
para encostar a cabeça
o rosto de um curumim
brincando com com onça em jardins
a felicidade agora
é saber porque eu vim
jogar meu peito no mundo
botar meus beiços de fora
e sorrindo cantar de viola
violeira xangozeira
espiritada e ligeira
sou em que cheguei primeiro
vou cantar alegre ao vento
fugirei de assombração
não contarei os sofrimentos
dos índios desta nação
não falarei dos brancos
que queimavam as costas dos negros
com ferro chicote e ferrão
era o unico trabalho que se davam
o resto faziam eles
não esqueceria dos deuses
encendiaria as candeias
me sentaria na aurora
com Zé Limeira em cartaz
faria mil versos medonhos
de viola à Satanas
===============
Jossésandro
gostaria que você lesse este poema "Aurora Boreal de Lmebranças"dedicado à minha familia Belo para o Zé Mago e dizer que estou fazendo uma grande tela ilustrando o poema, para colocar no bar dele
abraços saudosos.
Inêz
AURORA BOREAL DE LEMBRANCAS I
A minha familia
Era uma casa muito engraçada, Muito pintada e temperada.
Era uma casa feita de ungüento, Curava tudo, com o pensamento; Denrtro da casa tinha as escalas,
Que coloriam,que musicavam Flores nos cachos e na sacada
Não era casa era um jardim Cheia de meninos, meninas e afins,
Toda por dentro cheira a jasmin Era uma casa assim assim
Por entre os bosques,
coqueiros, pontes
Onde arvoredos,contam alegres,
os meus segredos
E um canarinho que canta enciumado:
Sou eu o dono,tenho viola
Agora canto o que me consola
Para você sem medo enfim, Era uma casa com queimaduras, Com dor no peito e a se lembrar.
Era uma casa para três vidas,
muito escondida
Onde eu na rede me imbalaçava Portas e janelas escancaradas, Era uma casa muito engraçada Por uns sorria por outros chorava . Muros de encantos, de fantasias Tanto eu lembrava , como esquecia.
Era uma casa de cores finas,
Como a menina que desatina, Olho pintava, mão escrevia, Quando a janela enfim se abria
Là no telhado tinha as raizes. Embaixo a rede, e os pés- de -pranto Quando surgia, a angustia fria
Eu me dormia e me acalentava
Era a vinda distante que em mim que doía
Dormiam em bancos, perto da casa, Enroladinhos no cobertor,
sapos e gias, grilos, pirilampos
Esperanças ,gatos e curumins
Cobras, lagartos,e mil borboletas
Bichos- meninos que me escaparam
De outra casa com armaduras
Feia e triste, sem fantasia
De tão estranha, da tal da casa Foram se fartando, se desertando. Agora moram na minha casa
Ossos,madeira, tijolo e barro,
Gramado, palha, vento e mangueira,
Galos, avencas, pau brasileiro
Juntos na casa, quadros pintados, Perpetuados em mil paredes
Onde eu pintei com lágrimas amargas
As saudades doces que me assaltavam
Longe da casa, longe da cama
Onde ela contava historias lindas
E ele cantava a nos embalar
Penso com cuidado quando vou voltar
a ver os dias alegres da casa
que pelo momento me faz chorarPois nessa casa haverá festa
Vejo entre as frestas a luz do luar
Só falta um pouco, livros, biblioteca, Oh Nêga sapeca, vê se sossega! Inventa auroras no teu penar
Outra pintura sem ferradura
Para o amigo leva ternura,
Para a familia dos pés-de-pranto
leva os ungüentos do pensamento
Que eu me levanto para te ajudar
Com o benfazejo teu, percevejo,
Poeta esmerado
Que soube esperar
A hora e a vez do teu calcanhar
Noites perdidas, saistes rindo
Noutra gaiola a te acomodar
Olha, a casa está acesa,
chegue-se agora, podes entrar
Lá todo o tempo me será curto
Tenho uma vida pra costurar
Um pano longo que não acaba
Para cobrir-me quando eu dormir
De vez no pranto de existir
Só, sem vocês, meus queridos manos
Saudosos pais, distantes amigos,
Eu que os deixei, é que fiquei sozinha!
Sonhando um dia poder voltar
E a todos de vez, poder abraçar.

Inêz Oludé da Silva
Bruxelas,22 de Março,2002,














POEMA DE DUVAL BRITO

Olá, meu primo Josessandro:

Tu és poeta das musas
das musas dos fstivais...
Mesmo que haja "recusas"
sempre tens uma a mais.
Entre delírios e sussuros
se uma te bate de murros
outra te ama demais.
E o poeta não abusa
se surge uma intruza
quer saber como ela faz...

Esquenta comigo não, primo.

Lindos poemas, A MUSA DOS FESTIVAIS e SUSSURRO. Parabéns!.

Abraços Duval(PAULO AFONSO-BA)

Vejo que a resistência cultural realizada por poetas, músicos, pensadores, amigos, amigas, e amantes da arte, está dando frutos! Frutos nobres! Sertânia exporta cultura...Segue minha homenagem e gratidão..
.VOANDO COM AS ASAS DO TEMPO
( Lailton Araújo )

Já constavam nos antigos pergaminhos
Todos os escritos sobre a palavra amor
Amar o ser humano é amar toda a vida
Mesmo que os olhos céticos observem
Que o tempo viaja nos dias, meses, anos
E as páginas dos séculos virem milênios
Nós aprendemos os passos das estações
E vemos os pássaros esperando as flores
Se na primavera, as belas cores chegam
No inverno, o aconchego é bem maior...

É o outono que renovará o fruto doente
Com o calor do verão aquecendo a vida!
E brindemos com vinho um novo dia!
As novas safras das parreiras nos dirão
Se as nossas vidas foram renovadas...
Se as nossas metas foram alcançadas..
. Os bons vinhos: são os mais velhos
A experiência vem dos erros e acertos
Abrace com calor quem tentou acertar
Mesmo errando, vale a pena a tentativa
Só alcançará os caminhos da harmonia
Quem passar pelas estradas da provação
Sabendo que a luz maior está no universo
Não se pode ter medo do vôo mais alto!

Abraços!
Lailton Araújo
*ELE É FILHO DE LUIZ PINTOR. POETA, COMPOSITOR , CANTOR, MÚSICO, AMBIENTALISTA , PROFESSOR E PRODUTOR DA BANDA MOXOTÓ(SÃO PAULO-SP)
17 de Agosto de 2009 ...

DE TACAIMBÓ PARA UPE

DE TACAIMBÓ PARA UPE

ADIEL É MEU COLEGA NO CURSO DE PÓS –GRADUAÇÃO EM PORTUGUÊS , NA UPE- CARUARU. ELE É PROFESSOR DO ESTADO EM TACAIMBÓ. POETA SONETISTA, DESCENDENTE DE CANTADORES, ARTISTA PLÁSTICO, PINTOR E UM SUJEITO MUITO BOM E ESPIRITUOSO.
INÉDITO ATÉ HOJE, O POETA ADIEL SE REVELA AGORA EM NOSSO BLOG.

SIMBOLISMO DOS SONS
ADIEL (TACAIMBÓ-PE)


Gritos humanos e sonoros hinos,
E ais flutuantes de pura agonia,
Canto de pássaros, voz das águas
No leito dos rios entre pedras chiam


Sons de asas rastreando a noite,
assobios de vento em arvoredos
sons cavernosos embalando medos

Gargantas do tempo calando formosuras,
No estalo de ossos, sons de escarro,
Sons de caixões descendo a sepultura

Clarezas sonoras, vozes de crianças
Celebrações da vida renovadas
Sons enigmáticos da natura


ADIEL 08/08/2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

ACORDES HABILITA 3 PROJETOS NO BNB DE CULTURA

NA FOTO JOÃO LÚCIO E LUIZ PINHEIRO
( AO LADO DE WANDIM E PROF. WILSON),
QUE FAZEM PARTE DA NOVA DIRETORIA
QUE VEM DINAMIZANDO A ACORDES


Acordes -Associação Cultural de Sertânia, nos informa através do presidente Izidoro Simões , do vice presidente Zenilton, do secretário Luiz Pinheiro e do tesoureiro João Lúcio, que conseguiu
Habiltar 03 ,dos 4 projetos que apresEntou no BNB DE CULTURA , Programa de patrocínio cultural do Banco do Nordeste. os três projetos são:


*CESTA BÁSICA CULTURAL- edição de livros de autores sertanienses( Josessandro Andrade, Paulo Mariano, Carlos Celso, Luiz Pinheiro, Gato Novo , Zito Jr., João Lúcio,Gaudêncio Neto), nos gêneros poesia, teatro, histórias populares, monografia; gravação de cd"s de artistas da terra
( Antõnio Amaral, Calu Vital, Jailson Santana, Thiago Patriota, Gato Novo, Zé Luiz, Waldemar
E Francisquinho) e cordéis de Gato Novo, Josessandro Andrade e Zito jr. O projeto em como objetivos resgatar, registrar e difundir as obras de artistas de Sertãnia, comercializando em cestas báscicas culturais , a serem vendidas em armarinhos , lojas de presentes, supermercados, farmácias, postos de gasolina, etc epelos próprios artistas , um vendendo o seu e o produto do outro, sob o lema de união, solidariedade e partilha, colocando em prática os postulados do MECARTES- movimento cultural RAÍZES DA TERRA, para abrir uma vitrine para o trabalho do artista local, gerar emprego e renda e buscar a profissionalização do artista.


*ACERVO DA CASA DA CULTURA.- Estruturação da casa da cultura local, aquisição de mobiliário, suportes expositivos, computador, digitalização do acervo , sala de leitura e cadastramento e exposição da produção dos artistas e fazedores de cultura sertenienses.


*CASA DO POETA- Programação de um ano de atividades artisticas no ESPAÇO CULTURAL
WALMAR, no bar de Zé Mago; cantorias de viola, recitais de poesia, shows musicais , encontro
de aboiadores, de declamadores e de música instrumental. Também a otimização do espaço
com painéis de poemas , ilustrações de versos , fotografias e dados dos poetas de Sertãnia.


O projeto não-habilitado foi o dos Tangerinos, o qual assumo a responsabilidade, pois verifiquei que cometi um erro de soma no total, o que certamente desclassificou o projeto. Agora eles irão para a fase de análise e seleção dos aprovados , que será divulgada em OUTUBRO. Vamos torcer. O primeiro PASSO FOI DADO!!!

Estamos procurando os caminhos e já começam a aparecer luzes...

POEMAS DE POETAS DE SERTÃNIA CHEGANDO PELA REDE


Poeta Admastor Passos

ESTAMOS RECEBENDO E PUBLICANDO MATERIAL DOS POETAS DE SERTÃNIA , QUE NOS CHEGAM VIA EMAIL, OU SÃO ENTREGUES NO GUARDANAPO OU PAPEL AMASSADO, NOS BARES DA VIDA. DA PRIMEIRA LEVA, O CANTO DOS SERTANIENSES, EXILADOS ECONÔMICOS EM OUTRAS TERRAS DE TODO O BRASIL, NOS VEM ZITO JR.(SUMÉ-PB) , COM UM POEMA EXTRAORDINÁRIO EM CIMA DE UM MOTE DE CHICO ARRUDA , QUE VEM SE JUNTAR AO CANCIONEIRO POÉTICO DEDICADO A ZINA. PAULO HENRIQUE(RECIFE-PE) , NOS BRINDA COM A ESSENCIA DE SUA POÉTICA TELÚRICA. JOAQUIM BELO(BELEM-PA) FAZ UMA INCURSÃO PELAS CAATINGAS DO CANGAÇO.MEU PRIMO DUVAL BRITO(PAULO AFONSO-BA), CANTA O SEU APEGO A SUA TERRA, REPRODUZINDO POEMA DO SEU LIVRO. EM SEGUIDA, UMA GLOSA MARAVILHOSA DO POETA ADMASTOR PASSOS , QUE APESAR DE OCTAGENÁRIO, FREQUENTA A CASA DO POETA, TOMANDO SUA CACHACINHA COM UM TIRA-GOSTO BEM GORDUROSO, SEM SE APARTAR DE SUA CARTEIRA DE CIGARRO FRHEE E DE SUA BENGALINHA, E AINDA RECITA POEMAS NO PALCO DOS EVENTOS LÁ REALIZADOS.


RECEBI DE ZITO JR:


Ei, Poeta, aqui vai o que consegui fazer para o "tio" Zina:


Mote: Essa nossa Exposição
Não é a mesma sem Zina.

Argonauta sedento por vitórias
Treinou e deu destaque ao handebol
Nesta terra castigada pelo sol
De inúmeros valores e histórias
Gravadas nas páginas das memórias
O que a geração passada nos ensina
Da fazenda à quadra, com disciplina
Deu suor, sangue e emoção
Essa nossa Exposição
Não é a mesma sem Zina.

Foi um dos pioneiros desta festa
Que agita Sertânia e todo estado
Criador de "Anglo" afamado
Como toda passagem se atesta
Quase nada em sua vida se contesta
Pois o resto é do homem a sua sina
Com a Morte tem contrato que se assina
Muito antes que qualquer consagração
É por isso, qu'Essa nossa Exposição
Não é a mesma sem Zina.

(De: Zito Jr.)

------------------------------------------------------------------------------------------------
Poeta, gostaria que você apreciasse umas quadrinhas que fiz, sem nenhuma pretensão, só prá encher o tempo,
Abraços.



Virgulino Lampião


(Joaquim Belo)

Bem na talhada da serra
Onde o Pajeú lava o chão
E o granito era a terra
E a terra de Chico Romão.

Foi lá, nas entranhas do sertão,
No nordeste brasileiro,
Onde nasceu Lampião
O famoso cangaceiro.

Com o rifle papa-amarelo
Bala de fuzil no bornal
Nunca encontrou paralelo
Na ponta do seu punhal.

Travou combates ferozes
Com legalistas volantes
Perseguidores atrozes
De uns cabras valentes.

Saiu lá do Araripe
Pelas veredas nordestinas
E foi parar em Sergipe
Para cumprir sua sina.

Na cidade de Angicos
Deu-se o combate final,
Com uma notícia fatal
Que abalou a nação:
Morreu Maria Bonita
E Virgulino Lampião.

Se para uns foi bandoleiro
O mais cruel da região,
Para outros um justiceiro
Que combatia a exploração
E um fiel escudeiro
Do Padre Cícero Romão.


Belém, 03/08/2009.



-------------------------------------------------------------------------------------------------




Poeta, acabei de ver seu email. Enchi a boca d'água (não sei pq) quando vi o bar de Zé Mago. Logo fui atingido por uma saudade diferente e esperançosa.Então escrevi estes versos despretenciosos, os quais estou te enviando abaixo.Perdoe os erros cometidos quanto à rima, métrica e, sobretudo, em relação à própria poesia



A SAUDADE ME MATA POUCO A POUCO

ME TRANSPORTO SÓ MESMO EM PENSAMENTO

CHEGA O DIA, A HORA, O MOMENTO

JUNTO AS TRALHAS, CORAÇÃO EM DISPARADAO

CAMINHO SE FAZ DE MUITA ESTRADA

MOXOTÓ DE BRAÚNAS E PAU D'ARCO



A CACHAÇA É A MINHA COMPANHEIRA

FLORESCENDO OS SENTIDOS DESDE ENTÃO

O SERTÃO NÃO É MAIS RECORDAÇÃO

VEJO LOGO A CALÇADA DA IGREJA

"RAIMUNDIM", O ZÉ MAGO, LOGO A FEIRA

É SERTÂNIA: MEU PAÍS, O MEU TORRÃO.


Paulo Henrique Ferreira




------------------------------------------------------------------------------------------------



RE: ‏
De:
Lourival L. Brito (duvalbrito@yahoo.com)
Enviada:
terça-feira, 18 de agosto de 2009 17:26:01
Para:
Josessandro Andrade (josessandro@hotmail.com)
Meu primo poeta Josessando:

Primeiro parabenizo-te pela organização e beleza do teu BLOG. Segundo parabenizo a todos que tiveram a elogiante idéia de criar a Academia de letras, ciência e artes do sertão do Moxotó, principalmete a ti, grande divulgador da cultura Sertaniense, talvez de todos os tempos, e, finalmente agradeço pelo mérito a mim atribuído, tornando-me membro efetivo da mesma.

"Sou apenas um minúsculo peixinho, deste oceano de poesia que é a nossa cidade."

Oh, minha terra querida
não me esqueço de ti!
És fonte da minha vida
se eu pudesse estava aí.

Minha mente te retrata
me ponho a te recordar
e a saudade me maltrata
me pedindo para voltar.

Teu céu é mais estrelado
teu sol é mais aquecedor
teu luar é mais prateado
teu solo é mais acolhedor.

As luzes dos teus pirilampos
parecem ser mais brilhantes
e os pássaros dos teus campos
parecem ser mais consonantes.

Recordo a minha morada
lá em cima de um monte.
Eu me sentava na calçada
e contemplava o horizonte.

Minha terra favorita
ninguém acredita cá,
mas és a terra mais bonita
de todas terras que há.

Fragmentos de :

MINHA TERRA NATAL

Um abraço poético;

Duval


VIVA DEUS LÁ NAS ALTURAS

DA MANSÃO CELESTIAL

GRANDE PAI UNIVERSAL

DE TODAS AS CRIATURAS

SEU NOME NAS ESCRITURAS

TEM AJUDADO MUITO A MIM

VI UM ANJO QUERUBIM

ESVOAÇANDO NOS ARES

NAS BRUMAS CREPUSCULARES

DE UM HORIZONTE SEM FIM


ADMASTOR PASSOS

(FUNCIONÁRIO APOSENTADO DA CELPE)



domingo, 16 de agosto de 2009

POEMAS DO PAINEL DA CASA DO POETA






O Inverno

Ulysses Lins



Quando às chuvas mensageiras
de um inverno promissor
Veste-se o parado de verde
O Sertão rebenta em flor
O sertanejo cantando
Esquece as dores passadas
Sentindo o cheiro da terra
E as primeiras trovoadas

Ah! Como é grato então ver-se
Transfigurado o Sertão
Todo campo festejando
A sua ressurreição
Corre o gado pela várzea
Muge o touro em desafio
E as águas descem cantando
No fundo leito do rio







Nas lagoas transbordantes
Piam marrecos boiando
Na queimada esturra a ema
E os socós passam grasnando
Lindas aves multicores
Na mais doce orquestração Soltam trinados em festa
E é todo encanto o Sertão

É o inverno alvissareiro
Que retorna aminha terra
Trazendo alegria aos lares
A cantar do vale a Serra
Quanta poesia se espalha
No seio da natureza
Nas almas boas e simples
Quanto amor, quanta pureza!

Foi-se a desgraça impiedosa
A tristeza se acabou
Até que enfim no infortúnio
Do Sertão Deus se lembrou
Hoje nas casas humildes
Do sertanejo inocente
HÁ festas, riso e cores
Ao som da viola gemente!

*Ulysses Lins de Albuquerque nasceu em Sertânia-PE, em 09/05/1889 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, em 29/12/1979. Poeta , memorialista , autor de quinze livros, foi membro da APL- Academia Pernambucana de Letras (APL).











A Incompreensão

(Alcides Lopes de Siqueira)


Por ti recebi flores e pedradas
Fui quase um Deus e errei na terra, aflito,
Levantei vôo em busca do infinito,
Rolei ao chão de mãos ensangüentadas.

Por ti menti, por ti rezei, contrito,
Beijei sorrindo a poeira das estradas
E agora de faces maceradas
Sinto-me igual a um bloco de granito.

Desarvorado e de alma contundida
Compreendo em fim que envenenei a vida
Tudo perdi e tudo abandonei.

E nada fomos um prá outro em suma
Eu , triste vulto a se perder na bruma
E tu a esfinge que eu não decifrei.


*ALCIDES LOPES DE SIQUEIRA nasceu em Sertânia-PE, em 1901 e faleceu em Recife-PE em 1997. Médico, ex-prefeito de Sertânia, Poeta , contista e ensaísta, tendo publicado várias obras.

POETAS GUERRILHEIROS

Família Belo & agregados

AUGUSTO BELO E D.JULIETA


Agitadores, subversivos, revolucionários, como prefiram os conservadores...eles foram acima de tudo idealistas, rebeldes,sonhadores, libertários...e nisso aí sempre bate um coração de poeta...
Nossa homenagem aos que viveram os anos de chumbo e encontraram na poesia a força para Resistir e viver



DE ÁGUAS E DORES DE AMORESDE: ADILSON FREIRE
- A Josessandro Andrade, poeta e filósofo de Sertânia- um extrato de meus amores líquidos_
Eu tenho medo de água
seja de rio ou de amar
A´gua parada ou corrente
que leve ao fundoou à frente
porque eu não sei nadar;
Eu tenho medo de água
inda seja de lavar
lavando leva o perfume
deixa saudade e ciúme
que são coisas de matar;
Eu tenho medo de água
mesmo água de amar
molhando os olhos da gente
ao cair vira semente
Gerando um pé de chorar
Eu tenho medo de água
mesmo em ser de navegar
não tem destino ou lugar
não tem dono e não se entrega,
morre, vive, não se entrega
,aguas de amar e desamar...


ADILSON FREIRE é de Sertânia-PE, foi líder estudantil e professor da Escola Olavo Bilac, além do colégio Comercial de Sertânia. Em 1964, foi perseguido pelo golpe Militar, assim como seus companheiros de geração em Sertânia: João Belarmino,
Zé Andrade, e Os irmãos Belo: Emanuel (Manainho)e Joaquim (Quincas). É
Considerado hoje um dos grandes advogados de Pernambuco. Poeta , tem publicado
o livreto “colheita de luz” (1983).


Vai meu Poema

(Antônio Belo)


Vai meu poema,
Vais correr o mundo
Não importa que te digam
Que és um poema vagabundo...

Desces montanha,
Sobes serra
Pois somente o que se ganha
É o que a verdade encerra:
Se, como disse o poeta,
“Bom cabrito é o que mais berra!”

Vai meu poema,
Pois o tempo urge!

Se uma palavra acaba,
Outra, ali, ressurge...

Passas sobre as catedrais
Passas por baixo da ponte


Sobes rios, desces vales,
Vais anunciar um mundo novo
Mas nunca esqueças a “fonte”,
Que é a Língua do povo!

Vai meu poema,
Que nunca feneças
Ante à tirania
Ou à opressão
Pois se um dia,
Negares poesia,
Que nunca mais
Pises nesse chão!

Vai meu poema:
Voa!
Se não te derem asas,
Mesmo assim,
Teu grito ecoa!

Palmas, dezembro/2007


Antônio Belo( Tonho Murilo) é irmão de Zé Mago. Professor, poeta e visionário.Vive no Estado do Tocantins, em Palmas.


A Estrada
(Joaquim Belo)


Deus projetou minha estrada
Com muitas curvas e retas
Deixou-me exemplo de vida
Para atingir minha s metas

Botou também no caminho
Muita subida e descida
e uma paciência de Jó
Para curar as feridas.

Juntei ao seu meu caminho
Como as águas das três ribeiras
Correndo devagarzinho
Nos lados das ribanceiras

Fizemos das nossas outras vidas
Pra continuar a viagem
Pavimentamos os caminhos
Para espalhar a linhagem

Venci todos os obstáculos
Com garra e persistência
Mas só vou parar a viagem
Quando Deus me der a licença.


Joaquim Belo(Quinca) nasceu no dia 03 de agosto de 1946, Em Sertânia- PE,
Filho de Augusto Belo e Julieta
Januário. Participou do movimento estudantil em Sertãnia-PE e chegou a ser preso na época do golpe militar
De 1964, dentro da Escola Olavo Bilac.
Vive em Belém-PA.



PAI NOSSO DO SERTANEJO
(ZÉ ANDRADE)



Pai nosso que estais no céu
santificado é o teu nome
venha a nós o vosso reino
onde não há dor nem fome
perdoa aquele que odeia
da-lhe um coração que ame

Perdoa os nosso pecados
assim como perdoamos
aqueles que nos desprezam
é por estes que oraramos
que não falte água e pão
por estas coisa clamamos

Abençoa os nordestinos
nesta seca do sertão
dando água que molhe a terra
e os livre da escravidão
que os governos se empenhem
em libertar a nação

Obrigado oh!meu bom deus
esta é minha oração
sou pó formado da terra
sou terra desta nação
meu espírito volta a deus
e meu corpo volta ao chão

* ZÉ ANDRADE NASCEU EM SERTÃNIA , A 03 DE OUTBRO DE 1934, NO SÍTIO BARRA, FILHO DE JOÃO FRANCISCO DA SILVA E JOSEFA LOPES DE ANDRADE.
LÍDER ESTUDANTIL, FOI O PRIMEIRO PRESIDENTE DA UNIÃO DOS ESTUDANTES DE SERTÃNIA., ALÉM DE PRESIDENTE DO GRÊMIO ESTUDANTIL DO GINASIO OLAVO BILAC, QUE ERA O FOCO DO MOVIMENTO DOS ESTUDANTES. LIGADO A FRACISCO JULIÃO, DAS LIGAS CAMPONESAS, FOI O FUNDADOR E PRESIDENTE DA CRC-CENTRO DE REVENDA E COLONIZAÇÃO, QUE VENDIA PRODUTOS E FERRAMENTAS AGRÍCOLAS PARA TRABALHADORES RURAIS A BAIXO CUSTO, CUJA ESTRUTURA CONSEGUIU MONTAR COM O APOIO DE JADDER DE ANDRADE, NO PRIMEIRO GOVERNO ARRAES, EM 1963. COM O GOLPE DE 1964, FOI PERSEGUIDO PELO EXÉRCITO ACUSADO DE “COMUNISTA” E “SUBVERSIVO”. A PERSEGUIÇÃO CONTRA ELE E SUA FAMÍLA FOI IMPLACÁVEL, CHEGANDO INCLUSIVE A PERDER UMA FILHA ELIANE, VÍTIMA DAS PÉSSIMAS CONDIÇÕES DA VIDA CLANDESTINA.PRESO EM PAULO AFONSO-BA , CONSEGUIU A LIBERDADE E RUMOU COM FAMILIARES PARA SÃO PAULO, ONDE VIVEU COMO PROFESSOR ATÉ 1976. DEPOIS REFUGIOU-SE EM MANAUS, ONDE TORNOU-SE BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS, OCUPOU DIVERSOS CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS E DESENVOLVEU O MINISTÉRIO EVANGÉLICO BATISTA..
A FOTO MOSTRA COMÍCIO EM SERTÃNIA EM 1963, COM A PRESENÇA DE MIGUEL ARRAES, AO MICROFONE ZÉ ANDRADE, AO CENTRO ZÉ ETELVINO LINS, AO FUNDO DR. RAUL LAFAYTE E WALTER LAFAYETE, QUE FAZIAM PARTE DO PSD E ERAM ALIDOS DO PTB DE MANFRIED NIGRO, ZÉ ANDRADE E JOÃO BELARMINO, QUE ABRIGAVA OS PIONEIROS DA VERDAEIRA ESQUERDA EM SERTÂNIA.


Musa dos Festivais
(Josessandro Andrade)


Tenho desejo ao te ver
No palco flor bailarina
Em compassos de mulher
Com seu riso de menina
Emoldurar tua cintura
Com pétalas de um abraço
Prá no balé das essências
Nos unirmos num só laço
Tenho desejo liberto
De ser pego no flagrante
cartaz do teatro aplaudindo
Teu sorriso aprisionante
Tenho desejo secreto:
uma farra tão oculta
Murmurar-te segredos e escândalos
De uma paixão resoluta
Tenho desejo ao seres
A musa dos festivais
Escrever um novo texto
Pras nossas vidas atuais
Tenho desejo rebelde
De poder meter os peitos
Num romance clandestino
Que será ao meu e ao teu jeito
Tenho desejo devasso
No orvalho de tua boca
De beijar seus seios doidos
Misturando as línguas loucas
Tenho desejo sensível
Sugar as coxas macias
Com seu gosto de cachaça
Banquete que delicia
Tenho desejo ser ninho
Pras nádegas sensuais
Teu ventre gargalhando
no circo de muitos ais
bailando pelos trapézios
Perdido nas arenas fantásticas
depois de mil peripécias
cairmos na cama elásticae ressucitarmos sós
do espetáculo real
já recomeçando a cena
para repetir o final...

SARAU DOS 60 ANOS DA ESCOLA OLAVO BILAC

BRUNA RANYERE
JOSESSANDRO ANDRADE

ALVARO ALBERTO


GAUDÊNCIO NETO



HIPE SANFONEIRO





ESCOLA OLAVO BILAC





CALU VITAL











DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DA ESCOLA OLAVO BILAC, QUE COMPLETOU DIA 15 DE AGOSTO, SÁBADO, 60 ANOS , FOI REALIZADO NESSE DIA


O SARAU DE LETRAS E CANTOS, COM A PARTICIPAÇÃO DOS ARTISTAS HIPE SANFONEIRO, GIBA, ZÉ LUIZ, CALU VITAL , HYURE CARDOSO, JOSESSANDRO ANDRADE , ADILSON JUNIOR ,ALVARO ALBERTO,ALVARO GÓIS(VULGO "VELUDO", MAIS CONHECIDO NAS RODAS DA MALADRAGEM COMO "NERVOS DE AÇO"), GAUDENCIO NETO, BRUNA RANYERE,ENTRE OUTROS.ANTONIO AMARAL NÃO PODE COMPARECER, POR PROBLEMAS NO FÍGADO, ESTAVA INTERNADO NA CLINICA.






NO EVENTO FOI LANÇADA A ACADEMIA DE LETRAS , CIENCIAS E ARTES DO SERTÃO DO MOXOTÓ, A SER SEDIADA NA ESCOLA OLAVO BILAC.VEJA A COMPOSIÇÃO:


TAMBORETES- PATRONO- MEMBRO HONORARIO


Nº 01 ULYSSES LINS THERESINHA LINS
02 WALDEMAR CORDEIRO MARCOS CORDEIRO
03 ALCIDES LOPES DE SIQUEIRA ROSA IGNEZ
04 UBIRAJARA CHAVES JOSÉ ETELVINO LINS
05 ABILIO MONTEIRO PADRE CHRISTIANO
06 FRANCISCO DIAS ARAUJO ADILSON MEDEIROS
07 JOSÉ CLÁUDIO ANTONIO JORGE DE SIQUEIRA
08 MOZART LOPES DE SIQUEIRA LUIZ CARLOS MONTEIRO
09 JAIRO ARAUJO HUGO ARAUJO
10 WALMAR WILSON FREIRE
11 FERNANDO BARROS PATRIOTA ADILSON FREIRE

12 RENILDO SIQUEIRA(GRIPA) RONA LOPES
13 MANOEL BARROS ZÉ ANDRADE
14 PAULO CAVALCANTI WELINGTON SANTANA
15 GATO VELHO ÉSIO RAFAEL
16 ZITO SIQUEIRA JOAQUIM BELO
17 MANOEL SOARES ABAETÊ
18 MARCO ANTONIO CORDEIRO VANUSA SILVA
19 LUCIANO MAGNO ANTONIO BELO
20 LEONARDO MARIANO LUIZ WILSON
21 LUIZA PINTO LAILTON ARAUJO
22 JOSÉ JÚLIO BATISTA ANTONIO SIQUEIRA CHERIÑO
23 JOSÉ HUMBERTO PATU GARIBALDI SÁ
24 CORSINO DE BRITO ADA RODRIGUES
25 SEBAS MARIANO LUIZ WILSON
26 GEORGES GONDIM CÉSAR AMARAL
27 LUIZ DODO RAIMUNDO LAET
28 PINTO DO MONTEIRO IRASSON
29 GIVALDO RODRIGUES AIRTON FREIRE
30 JOSÉ RAMOS DE ALMEIDA JOSIMAR MATOS
31. LUIZ PINTOR ADRIANA NEVES
32 SOLON NEVES ALBERTO OLIVEIRA
35.UBIRAJARA CHAVES ALMIR CASTRO BARROS
36 LAERCIO PACHECO EURIVALDO REMÍGIO
37 EDGAR BARBOSA ANTONIO PATRIOTA
38 ZILMO SIQUEIRA ANDRADE DE SERTÂNIA

MEMBROS EFETIVOS

JOSESSANDRO ANDRADE
GABRIEL OSCAR
EDIVANILDO NUNES
RICARDO MARIANO
GILMARQUES ANDRADE
DERIVALDO SANTANA
ZÉ LUIZ CAVALCANTI
PAULO MARIANO
JOÃO LUCIO
LUIZ PINHEIRO
GAUDENCIO NETO
EXPEDITO MATOS
ABRÃAO BATISTA
ISIDORO SIMÕES
PEDRO IRAMAR
ESEQUIAS CARDOSO
ALVARO GÓIS
ZITO JR.
JOSÉ CLÁUDIO GÓIS
EDILEUSA ESTIMA
GUSTAVO VERAS
FLORISVALDO GOMES
ANTONIO AMARAL
GILBERTO COSME
CIEUDES BRASILIANO
CALU VITAL
VALTER AMARAL
HAMILTON RODRIGUES
CHARUTO
DANIEL MEDEIROS
ANACLETO CARVALHO
VERA LÚCIA MARTINS
CHICO ARRUDA
GENIVAL PEREIRA(GATO NOVO)
BARTOLOMEU BRASILIANO
DUVAL BRITO
IVON RABELO

DIRETORIA

PRESIDENTE DE HONRA-GILBERTO COSME DE FARIAS( GIBA)
DIRETOR EXECUTICO-JOSESSANDRO ANDRADE
SECRETÁRIO-ALVARO GÓIS
TESOUREIRO-ABRAÃO ROMÃO BATISTA.







OBS* A IDÉIA DOS TAMBORETES , TOMAMOS EMPRESTADO DO SITE INTERPOÉTICA, DA MINHA AMIGA CIDA PEDROSA.







NESTE EVENTO REALIZADO NA CASA DO POETA , ESPAÇO CULTURAL WALMAR, DO BAR INGERICANA , DO NOSSO AMIGO ZÉ MAGO(FUNCIONÁRIO APOSENTADO DO OLAVO BILAC, ONDE TRABALHOU MAIS DA METADE DOS EUS 120 ANOS...), FUI APRERSENTADO A POETISA BRUNA RANYERE, A QUEM NÃO CONHECIA O SEU TALENTO DE POETISA, QUE INCLUSIVE IRÁ FAZER PARTE DA SAPECAS, CONFORME GAUDÊNCIO PEREIRA, CONSITUINDO-SE ASSIM NA PRIMEIRA MULHER NOS QUADROS DA ENTIDADE.NA OCASIÃO ELA DECLAMOU DE SUA LAVRA, ESTE POEMA QUE SEGUE, LÍRICO RESGATE DA MEMÓRIA AFETIVA DE SUA FAMÍLIA E DA CULTURA DE SERTÂNIA.




COMO DIRIA DARCY DAMASCENO "...E TOME TERRA , QUE É DE TERRA O SER HUMANO..."





O CHAMADO DA FOGUEIRA



(BRUNA RANYERE)

Como posso recusar
o chamado da fogueira,
Me convidando a reviver
o colorido da ladeira;
Aperta o peito chega à saudade
a vontade de voltar,
Pra um tempo
onde os balões coloriam o luar
Onde se ouvia a orquestra
de Luiz a foguetar
Com suas bombas,
foguetes e rojões
Fazia a música do lugar

!Eita São João arretado
era um show de estripulias,
O palco era a ladeira
com muitas alegorias...
Era os peido estourando,
os traque faiando,
E os vulcão reverenciando
A festa do santo do dia!

Onde se ouvia
os gritos de “Ave Maria”
A “mulecada” correndo
, o zuadeiro comia
Quando de longe se via,
Um danado buscando os pé
Era grito, era algazarra
Dona Márcia gritando
Fecha as porta lá vem Zé!
O foguete comia solto
Na família fogueteiro
Não há um só cristão
que não lembre do festeiro
Tinha miúdo, xote, quadrinha,
girândola e baião
Me recordo de tudo isso
com muita emoção
Que só não me cai a lagrima
Porque a fogueira
aquece meu coração.
Ai bate a saudade
é onde nos vai se aparar
,Encher nosso coração,
sem lagrimas na mão
Pra ensinar a nova geração
Como se faz um são João.

E nisso tem muita gente pra Apoiar!
Oia pro Céu!Oia como ele ta lindo!
Oia a nata dos fogueteiros
lá de cima aplaudindo...
Tem gente a miudar
Outros a equilibrar
os balões que nós
tenta fazer voar.

Hoje me acocho por dentro
Pra não deixar morre a tradição,
Que era de se admirar;
Tanta gente sorridente
que via o sol raiar
E ainda tavam contente
Mesmo com o peito ardendo
Com a saudade batendo
querendo de novo entrar...
Tinham força pra cordear
um violão e um repente
E junto com Kalu Vital diziam “As coisas é boa de lascar”
Tinham força ate pra recordar
o saudoso Walmar
Tem as palmas de Marim
até hoje pra confirmar!
Eita povo estridente!
não "a vizin" que agüente,
Mas "os vizim" que se arrebente
que nós “nasceu foi do repente”
E nem lata D água cala a gente!
Pois a inda é São João
e temos que comemorar
E ainda falta o danado
do coração pra enterrar,
Porque no próximo São João
não se pode faltar“Alegria em rojão”
pra quando nós voltar!
E por isso parentada
vamo agora cair no desmantelo
Porque São João aqui só é bom
Porque nós somos FOGUETEIROS!!
(Bruna Ranyere)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

TRIBUTO A BIMBA

UMA ALMA DIVIDIDA AO MEIO
A LEMBRANÇA DE BIMBA NESSE CHÃO


Josessandro Andrade e Petrôneo Laet

Numa noite gelada e sombria
Foi embora o meu amigo Bimba
Que estava na mocidade ainda
Tão ativo e tão cheio de energia
Na imprudência fatal e tão fria
Um carro passou prá contramão
E partindo em sua direção
Acertou sua moto mesmo em cheio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão

Fez do coração um carnaval
O seu ser transbordava de alegria
A zoada em forma de simpatia
E criou de um modo especial
Personagens do seu musical
Hedonista por capricho e opção
Agindo movido por paixão
Sua vida produto do seu seio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão

Quem de dedo em riste acusador
Pode alegar folha corrida
E não vê a ficha suja e perdida
De deputado, secretário e matador
De empresário lobysta e sonegador
No bem foi além da oração
E errou !quem não erra, erga a mão
Mas cuidado que mentir é muito feio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão


Como Gregório Matos barroco
Repartiu-se entre igreja e o mundo
Se fez carne e também foi profundo
Para hipocrisia era duro como um toco
Sem querer ser um santo- do- pau-oco
Sua fé tinha a participação
Pelos pobre sempre fez sua ação
Para os amigos era o esteio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão


Bimba foi do Egito uns ápodos
Que poucos decifraram sua esfinge
Na sociedade que trai e finge
Sua esfinge devorou a quase todos
Sua água não escondeu os lodos
Transparente jorrava em borbotão
Astúcia viva da imperfeição
Que nutria o perdão em seu veio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão


Bem aqui na praça da Resistência
Que por ele está vestindo luto
De silencio se fez um minuto
Compreendendo melhor a sua essência
Quem na vida foi a própria irreverência
De sujeito polemico e bonachão
Pedirá certamente a audição
De tangos e boleros por email
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão


Com a sua natureza de esculacho
O “fantasma da ópera” no seu som
Com saudade de Fernando de Acilon
Em seu espetáculo de escracho
Bimba no intangível espaço
O Taí desfilando em procissão
O estandarte de sonho em sua mão
Sua lágrima rola eu assim creio
Uma alma dividida ao meio
A lembrança de Bimba nesse chão