terça-feira, 25 de agosto de 2009

DE SÃO PAULO E ARCOVERDE


Carlos Celso, que está em SÃO PAULO e Hugo Araujo, que mora em Arcoverde, são outros poetas que publicamos agora. Carlos Celso , poeta lírico, profundamente telúrico( gravei um poema dele no meu cd " canto de casa", lançado em abril) fala de vários temas e presta uma homenagem a uma figura do povo , esquecida em Sertãnia: Mané Celourão. Celso é assim mesmo, como Chico Buarque, apesar de originário de família da aristocracia da grande cidade, sempre preferiu o interior, o sertão, Sertãnia, as pessoas mais humildes , os operários, os excluídos, mas cheios de poesia e encantamento.Hugo é meu irmão da ladeira de Francisquinho, artista múltiplo, canta compõe, pinta e poetiza com igual talento. Neste ele alia seus dons, na poesia, na pintura entranhada nas cores, a nos sugerir o fundo musical das ondas do mar de Peroba, que assim como a vida e o tempo "que tudo gasta e desfaz", como diria Alcides Lopes de Siqueira, nosso parente distante e comum. Dois seres humanos maravilhosos , dois poetas que prezo muito!!



AVEXADO PRA VORTÁ

(CARLOS CELSO)


Eta, terrinha querida

que me alembro toda hora

se o caba for frouxo chora

pelo restante da vida.


Um nordestino arretado

cuma eu que ama a terra

quando tá longe se emperra

pra vortá, fica avexado.


Se sai da terra é pro mode

resolvê o que num pode

sem dinheiro onde tá


.Eu saí, vim pro trabaio

fiz da vida um atrapaio

só penso mermo em vortá.

(03/agosto/2009)


MANÉ CILORÃO (ou ceroulão)

(CARLOS CELSO)


Ninguém mais fala no nome

nem inté no apelido

o cara tá esquecido

mas eu me alembro do ome.


Se fosse rico ou famoso

todo mundo se alembrava

inté omenageava

se amostrando orgulhoso.


Ele era eletricista

pra eu até um artista

nessa sua profissão.


Pobe, sem fama, sem nada

esse humirde camarada

era Mané Cilorão.


(03/agosto/2009)



CONTIGO NO PENSAMENTO(Carlos Celso Uchoa Cavalcante)


Sobre o teto do meu quarto

gota por gota caía

da chuva que entre sonhos

do leito interno eu ouvia.


Sonhava mesmo acordado

com os olhos entreabertos

fitava o teto do quarto

via teu vulto de perto.


Mas a chuva persistente

a barulhar no telhado

nada me tirou da mente.


Não dormí um só momento

passei a noite em claro

contigo no pensamento.


*CARLOS CELSO TRABALHOU NO DER SERTÃNIA DE 1971 A 1985. VIVE EM SÃO PAULO , MAS ANUALMENTE VISITA SERTANIA, ONDE FOI PRESIDENTE DO CENTRO CÍVICO DO OLAVO BILAC, CANDIDATO A VERADOR PELO MDB E PT E PRIMEIRO PRESIDENTE DO PT.

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