Em Sertânia o carnaval tem um diferencial em relação a outras cidades:é o folguedo dos Tangerinos, brincadeira popular que toma as ruas da cidade na terça-feira de carnaval.Os tangerinos são mascarados, portando chapéus de palha e uma longa roupa estampada. Cipós e chocalhos também fazem parte do conjunto desses brincantes, que saem na folia tangendo o boi enganoso.
Logo cedo os tangerinos saem de casa e começam a brincar nas ruas. A festança atinge o ponto culminante com o desfile da troça "os tangerinos e o boi enganoso", que sai da vila da COHAB, na periferia da cidade e ganha as ruas em direção ao centro.No trajeto,Os tangerinos também pedem dinheiro, para custear o carnaval. A folia é acompanhada pela banda de pífanos da mata, tocando frevos e marchinhas carnavalescas.um som mecânico reproduz a trilha sonora do ritual dos tangerinos: uma toada , um repente, que servem de fundo musical para o folguedo, que tem a pega do boi enganoso sendo encenada pelos tangerinos.Um frevo encerra a apresentação e tudo acaba em festa.
Tangerinos são humildes tangedores de gado alheio, que a pé conduziam boiadas pelas cidades do sertão nordestino. a origem do folguedo sertaniese está diretamente ligada á tradição folclórica do lugar, onde haviam bastantes tangerinos."o próprio fundador de Sertânia, Antão Alves era um Tangerino", afirma Josessandro Andrade, um dos fundadores da troça.O s tangerinos também estão ligados as diversas histórias de bois da região, contadas de forma oral, como o boi japonês ou registradas também em livro como o boi de ouro, de Ulysses Lins de Albuquerque, no livro homônimo e o boi enganoso, de Marcos Cordeiro, no Romançal Paranambuco.
Os tangerinos já são uma marca registrada do carnaval de Sertânia, que enche de colorida alegria as ruas da cidade. "Ano passado, as pessoas de outras cidades que passavam nos seus veículos vibravam , tiravam fotos e nos parabenizavam pelo nosso brinquedo carnavalesco. queriam ver nosso chocalho, nosso chapéus.Enfim , foi muito, testemunha Wilton Augusto, carnavalesco que coordena a troça.
Realese
Carnaval dos Tangerinos
“OS TANGERINOS E O BOI
ENGANOSO”
Troça carnavalesca
e folguedo
UMA HISTÓRIA, UMA RAIZ
UMA POESIA
A histórias de bois influenciaram a literatura de Sertânia. No livro “ O Boi de Ouro e Outras Histórias”, o escritor e poeta Ulisses Lins de Albuquerque relata um pouco de sua história. Já o Poeta, Artista Plástico e Dramaturgo Marcos Cordeiro em seu premiado Romançal Paranambuco, dedica todo um capítulo para narrar o “Romance do Boi Enganoso”.Há ainda toda uma tradição oral.
Baseado nas figuras quases lendárias do Boi Japonês, o boi de ouro e o boi enganoso e as míticas que envolvem as sua pegas, é que surge este folguedo. São histórias reais, acontecidas em Sertânia, que serviram de pesquisa e inspiração para que se criasse o enredo para o ritual dos tangerinos, aqueles que tangem o boi,que é um boi enganoso, fruto de uma colagem popular dessas histórias, que imaginava-se que era apenas uma, mas com o estudo descobriu-se tratar-se de várias.Mas aí na cabeça do povo e na mente dos artistas populares o folguedo já estava sedimentado: os tangerinos que correm tangendo o boi, que representa os vários bois anteriormente citados.
No enredo do ritual folclórico, o boi enganoso foi enjeitado pela mãe, ainda pequeno, tendo sofrido muito. Criado na caatinga Pela mãe natureza virou um animal bonito e forte. Muito querido na Região que habitava, em Sertânia.A Mitologia criada em torno de sua imagem é de que era um boi que ninguém pegava, atraindo a atenção dos vaqueiros da região com espírito aventureiro,ao ponto de se organizarem levas destes no rastro do Boi Enganoso. Há quem diga que o mesmo “alumiava”. Outros testemunham tê-lo visto voando.
Os Tangerinos não são os Vaqueiros que em suas indumentárias de couro em montaria que perseguiam o Boi . São humildes e pobres tangedores de animal alheio pelas estradas desse sertão de Deus, cantando suas toadas e aboios e que certamente também tangeram um dia um Boi Enganoso.
Os Tangerinos tangem as mágoas e tristezas e com seus aboios e chocalhos buscam a alegria de um carnaval que, como um Boi Enganoso, nos engana nos 04 dias da Festa de Momo.
Na imaginação dos Carnavalescos, os Tangerinos vão em busca do boi Enganoso, o boi da alegria carnavalesca da gente!
Este é um projeto baseado numa pesquisa a um tema dos mais originais dentro do Contexto-folclórico de nossa terra: As História de Bois , que misturam realidade e lenda.
“Os Tangerinos e o Boi Enganoso”, se constituiu em uma Troça Carnavalesca e proporcionou uma identidade Cultural de Raízes genuínas aos festejos de Momo em Sertânia.Fundado por Wilton Augusto e Josessandro Andrade,é uma marca registrada do carnaval sertaniense, que traz criatividade , originalidade e raiz cultural.
“OS TANGERINOS E O BOI
ENGANOSO”
Troça carnavalesca
e folguedo
UMA HISTÓRIA, UMA RAIZ
UMA POESIA
A histórias de bois influenciaram a literatura de Sertânia. No livro “ O Boi de Ouro e Outras Histórias”, o escritor e poeta Ulisses Lins de Albuquerque relata um pouco de sua história. Já o Poeta, Artista Plástico e Dramaturgo Marcos Cordeiro em seu premiado Romançal Paranambuco, dedica todo um capítulo para narrar o “Romance do Boi Enganoso”.Há ainda toda uma tradição oral.
Baseado nas figuras quases lendárias do Boi Japonês, o boi de ouro e o boi enganoso e as míticas que envolvem as sua pegas, é que surge este folguedo. São histórias reais, acontecidas em Sertânia, que serviram de pesquisa e inspiração para que se criasse o enredo para o ritual dos tangerinos, aqueles que tangem o boi,que é um boi enganoso, fruto de uma colagem popular dessas histórias, que imaginava-se que era apenas uma, mas com o estudo descobriu-se tratar-se de várias.Mas aí na cabeça do povo e na mente dos artistas populares o folguedo já estava sedimentado: os tangerinos que correm tangendo o boi, que representa os vários bois anteriormente citados.
No enredo do ritual folclórico, o boi enganoso foi enjeitado pela mãe, ainda pequeno, tendo sofrido muito. Criado na caatinga Pela mãe natureza virou um animal bonito e forte. Muito querido na Região que habitava, em Sertânia.A Mitologia criada em torno de sua imagem é de que era um boi que ninguém pegava, atraindo a atenção dos vaqueiros da região com espírito aventureiro,ao ponto de se organizarem levas destes no rastro do Boi Enganoso. Há quem diga que o mesmo “alumiava”. Outros testemunham tê-lo visto voando.
Os Tangerinos não são os Vaqueiros que em suas indumentárias de couro em montaria que perseguiam o Boi . São humildes e pobres tangedores de animal alheio pelas estradas desse sertão de Deus, cantando suas toadas e aboios e que certamente também tangeram um dia um Boi Enganoso.
Os Tangerinos tangem as mágoas e tristezas e com seus aboios e chocalhos buscam a alegria de um carnaval que, como um Boi Enganoso, nos engana nos 04 dias da Festa de Momo.
Na imaginação dos Carnavalescos, os Tangerinos vão em busca do boi Enganoso, o boi da alegria carnavalesca da gente!
Este é um projeto baseado numa pesquisa a um tema dos mais originais dentro do Contexto-folclórico de nossa terra: As História de Bois , que misturam realidade e lenda.
“Os Tangerinos e o Boi Enganoso”, se constituiu em uma Troça Carnavalesca e proporcionou uma identidade Cultural de Raízes genuínas aos festejos de Momo em Sertânia.Fundado por Wilton Augusto e Josessandro Andrade,é uma marca registrada do carnaval sertaniense, que traz criatividade , originalidade e raiz cultural.
Hoje algumas cidades já possuem algo que identifique o seu Carnaval: Bezerros tem Os Papangus, Triunfo tem Os Caretas, Pesqueira tem Os Caiporas. Sertânia pode agora ter “Os Tangerinos” como referência do seu carnaval.
Acompanhados por uma banda de pífanos, Bandinha da Mata,dos Saudosos mestres Zuza Galdino e Zé Florêncio, hoje chefiada por Reginaldo, A trilha sonora de sua apresentação tem frevo, Repente e toada originais, que fazem parte de um ritual que foi desenvolvido para futuras apresentações. O desfile é na terça –feira de carnaval, concentrando –se na vila da COHAB, para sair pelas principais ruas da cidade.
Acompanhados por uma banda de pífanos, Bandinha da Mata,dos Saudosos mestres Zuza Galdino e Zé Florêncio, hoje chefiada por Reginaldo, A trilha sonora de sua apresentação tem frevo, Repente e toada originais, que fazem parte de um ritual que foi desenvolvido para futuras apresentações. O desfile é na terça –feira de carnaval, concentrando –se na vila da COHAB, para sair pelas principais ruas da cidade.
3 comentários:
Aqui em Porto Ferreira tem familias com sobrenome Tangerino. Pesquisando sobre genealogia achei esse blog. Um abraços aos artistas.
Neco Tangerino e Zeca Bem em vida foram carreadores, tinham seus carro-de-bois. Zeca Bem foi catireiro, vivia cantando versos:
Quebra o pau
I
Já vi água virá gelo
Vi bananeira dar banana
Vi você c’o Zé aberto
Perto da casa da Sinhá Ana.
II
Você não sabe nada
Não sabe o que está falando
A chuva corre de pé
Você num sapo está virando.
III
Quero dizer mais uma vez
Que vi bananeira dar banana
Você está pior que eu
Está igual à sinhá baiana.
IV
Estou igual a sinhá baiana
E você está pior que ela
Eu já disse trinta vezes
Que sua cara é de cadela.
V
Um dia eu vi você
Com a namorada andando
Quando chegaram ao escurinho
Agarraram se beijando.
VI
Você me viu fazendo isso
No escurinho se beijando
Lá no banco do jardim
Vi você se apertando.
VII
Vamos mudar de assunto
Que a coisa está piorando
Vamos falar de coisa séria
Que o pau está quebrando.
VIII
Já vi bambu sem nó
Vi o poleiro na galinha
Isso é pura verdade
Pergunta pra velha Aninha.
IX
Eu já vi coisa importante
Vi o homem na canoa
Ele estava c’o anzol no pé
Mais que coisinha atoa.
X
Não sei mais desafiar
Você está pior que eu
Vi você comendo minhoca
Lá na casa do Abreu.
XI
Combater é muito feio
Vamos parar meu pessoal
Nós somos todos amigos
Aqui desse arraial.
Após cantarolar tudo isso, eu disse para o meu avô “Zeca Bem”, coitada da mulata, isso pra ela é uma tortura. O que fez ele. Chegou bem próximo do poleiro e botou o dedo indicador na cabeça dela, resultado levou uma bicada no meio do dedo que quase fica sem ele. A partir desse dia parou de infernizar a coitada da mulata.
Mais JCOliveira
Um abraço a todos de Sertânia, um dia apareço por aí.
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