Tomei conhecimento de um projeto -de -lei do vereador Antônio Henrique Ferreira dos Santos(PSB), aprovado por unamidade na câmara municipal, que trata da criação de cotas percentuais para execução de gêneros musicais e contratação de artistas da terra, em nossas festas populares , promovidas pela prefeitura municipal. A prefeita vetou, alegando que o mesmo fere a liberdade de escolha das pessoas e por isso seria inconstitucional.
Não conheço o projeto, nem o veto , mas pelas informações que tive o projeto constitui um avanço do ponto de vista de criar um percentual para garantir que os festejos populares tenham
majoritariamente os ritmos genuínos e típicos de cada manifestação, bandeira que sempre levantei e vou continuar defendendo, assim como a participação efetiva dos artistas da terra e do estado. Ao contrário do que diz o veto, o projeto regulamenta artigos da constituição federal , estadual e municipal, quando elas dizem claramente que é obrigação do poder público, estimular e preservar a memória de um povo e as suas manifestações artístico-culturais, priorizando as de caráter popular, que tenham ligação com a identidade cultural do povo e do lugar.
É Inocente(ou se faz de tal) o veto da prefeita quando diz que a lei fere a liberdade de escolha e impõe preferencias. Ora , mas não é o que já se faz hoje? só alguém muito alienado não percebe que o gosto musical da maioria da população é imposto pelo "jabá", a grana que os donos de bandas pagam prá tocarem nas rádios o que eles querem, até enjoar... um sucesso comprado, numa verdadeira prostituição musical. "só dão banana ao macaco , depois dizem que o macaco só gosta de banana"... o Resultado é que quando vamos a uma festa na praça de eventos, termos de aguentar uma enxurrada de funk e axé em pleno carnaval pernambucano, na Terra de Legendas do cancioneiro carnavalesco como Francisquinho e Walmar e nos contentarmos com uns "frevozinhos"(sempre os mesmos), para fazer média com os saudosistas de plantão. Os
Melhores carnavais do mundo Recife e Olinda já adotaram medidas parecidas , para preservar seus gêneros musicais, assim como Caruaru que tem o maior são joão do mundo. Expreimento levar uma filha ou filho de 5 ou 7 anos numa matinê de carnaval e ao invés das marchinhas, deparar-se com uma infinidade de músicas do saia rodada elétrica e outras do estilo, em sua bestialização sexualesca chula, prá vc explicar as crianças o que significa aquilo.
Para direito de escolha, existe limites da lei, que não concebe por exemplo, que alguém por um direito de escolha, faça coisas que afrontem a sua dignidade ou a de outros. Cada um tem o direito de fazer o que quiser da sua vida , mas a lei diz que ao estado cabe garantir a vida, tentando inclusive impedir suicídios (tirar a vida espontâneamente) , individaual ou coletivamente. Mas será que esse direito de escolha está respeitando o direito de escolha dos outros, que também tem direito de ouvirem nas festas , músicas típicas de cada festividade e outras de boa qualidade? acho que é isso que o projeto procura garantir que todos tenham
acesso ao que gostam, mas garantindo o espaço de cada um.
Lamentevemente é um governo que vem querendo se passar por socialista ter uma posição dessa, retrógrada e superficial. Pior ainda é vê que estudantes,alguns meus amigos, contrariando a história da classe, nos famosos CPC'S da UNE, estão agora defendendo esta tese de proteger os interresses da mídia e o esquema do jabá, o lixo musical de pior qualidade, em nome de um direito de escolha , que só funciona pra um lado, apenas prá fazer proselitismo com parte da juventude. Meu deus é este o movimento estudantil da era Lula? O pior é que em alguns lugares estão distorcendo o projeto , de forma fascista até.
Dos opositores ao projeto não ouvi um pio até agora sobre a questão dos artistas da terra ? será que são contra também? então se forem , já sei que caminhamos prá barbárie, para o caos, onde raízes da terra , identidade cultural, qualidade artística,sensibilidade , partilha , solidariedade, nada mais importará e a humanidade caminhará para um tempo de bestialização, onde importará apenas os instintos: beber cachaça,dançar,consumismo exarcerbado , culto ao descartável, vazio total, ausencia de sentimentos, sexualização ampla , geral e irrestrita. violência e estupidez. Sonho com o dia em que os artistas da terra sejam tratados, pelo menos como eram em Monteiro, valorizados , o povo conheça suas obras,prestigiados, independente de vinculação partidária.
Quero ver qual será a posição da câmara...será que terá vereador que por populismo votará contra seu próprio voto? ou irá contra si próprio e contra o projeto do seu líder apenas para atender a posição da prefeitura municipal? é um momento histórico para um cãmara que anda em baixa, ou vai contra sua própria vontade e mantém o veto da prefeita ou tem uma postura de dignidade e derruba o veto.
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